terça-feira, 2 de novembro de 2010

Recordações de um Concerto

Acabo de chegar de um concerto onde houve de tudo: paixão, alegria, notas erradas até mais não e muitas delas da forma mais engraçada possível, como em escalas a não se perceber patavina (mas o que conta é a intenção não é verdade?) Imaginem só que um instrumento tão frágil (dizem alguns) pode ser elevado ao estatuto de órgão. Ah pois é, não estivéssemos a falar de Ton Koopman, cravista (esta peça até a tocou neste concerto) (um must), organista, regente de orquestra/maestro, no fundo e principalmente, um grande músico e artista (nos vários sentidos da palavra, que algumas coisas que ele fez só mesmo de um artista, com cada pontapé na gramática musical que só lembra a Cortot) e os martelanços? uiui
De salientar que foi uma excelente aula de como tocar cravo, de modo a que não se torne aborrecido, com alma, com ênfase em toda a estrutura harmónica, com todo o esplendor do barroco francês, italiano e outros.
E por que raio ele andou a trocar a ordem das peças? E já agora, não havia peças de Carlos Seixas mais interessantes que a que tocou? Parecia a música do Sol e Dó (tipo pimbalhada ou música de coreto ou de banda filarmónica da vila).

E teve até outro must em concertos de cravo: a personagem que adora cravo e que se diz amante deste instrumento (sendo aspirante a pianista) mas cujos gostos são um pouco duvidosos, para não dizer "malucos". Seus bravos já ecoavam pela sala logo ao terminar das peças finais (encores), seu respirar sufocava a assistência, sua postura de defesa de uma certa cravista ensardanava toda a gente com seus argumentos mais que falaciosos e aborrecidos.

E pronto, quando se tem boa companhia para se ver e ouvir boa música, tudo o resto é paisagem (como se pode ver nos corredores de uma sala de concertos).

A minha Lista de blogues

Seguidores

Arquivo do blogue

Acerca de mim

A minha foto
"(...) as leis não têm força contra os hábitos da nação; (...) só dos anos pode esperar-se o verdadeiro remédio, não se perdendo um instante em vigiar pela educação pública; porque, para mudar os costumes e os hábitos de uma nação, é necessário formar em certo modo uma nova geração, e inspirar-lhe novos princípios." - José Acúrsio das Neves