terça-feira, 21 de maio de 2013

Dominique Venner n'est plus

Dominique Venner não era um bom católico. Era, no entanto, um bom pagão.
O seu suicídio não se resume a um protesto - homens como este, de acção e honra, não se rebaixam ao nível do protesto. Venner aniquilou-se como um antigo guerreiro pagão, olhando de frente o monumento que encarna a tradição milenar francesa: a Nottre Dame de Paris, o seu sagrado altar católico, que apesar de não ser o altar de Venner, era o altar da religião que interliga as raízes pagãs folclóricas europeias e a Boa Nova, aquela que inspirou ao Velho Continente todas as suas maiores façanhas: a Medievalidade, a Cruzada, a Cristandade, a Liberdade.
Venner, enquanto europeu e pagão, morreu de frente para o último resquício de Europa que ainda não se destruiu em França. Morreu como os antigos gauleses que se degolavam para não se entregarem aos invasores. Morreu como um Homem só e voltado perante a ruína do mundo Ocidental. Hoje, os últimos europeus da Europa, calando os urros animalescos dos vendidos e dos cobardes, vão beber à sua memória, recordar as glórias da Cristianíssima França, cantar hinos à Morte e sorrir perante o invencível combate que as hordas da Modernidade lhes opõe.

Viva a Europa!
Montjoie Saint Denis!
Dominique Venner, presente!

segunda-feira, 20 de maio de 2013

O Sol e a Serpente


Nossa Senhora da Conceição, Anónimo, Museu de Arte Sacra de São Paulo

«Estes dois abrigos-santuários do Douro (Santuários do Cachão da Rapa e Pala Pinta), serão representantes de dois níveis e dois cultos ontológicos e mitológicos: o nível ctónico, o reino da Serpente e o nível celeste, o Reino do Sol. Solidariamente, culto dos antepassados e seu saber oracular, concedido aos homens nessas salas secretas e culto do Sol, concedido ao ar livre, face ao céu; dois aspectos dum mitologema percorrendo outrora estas margens.
E que ainda se poderá testemunhar no mesmo período neolítico no sul deste território: nos dólmens da Abelhoa e Reguengos de Monsaraz, nos quais o Sol está gravado nesses monumentos votados aos antepassados e à força da vida; e ainda no dólmen do Carrapito, na Beira Alta, onde há figuras radiadas como sóis e uma linha ondulada, como serpente ou água, indicando assim dois caminhos diferentes de culto, levando à mesma finalidade salvífica.
O caminho da serpente, dos abismos,levando ao país dos mortos ou das Ilhas dos Viventes, seria aquele dominante na escatologia e história dos portugueses. E ainda perdurando nas Barcas de Gil Vicente e depois em Pessoa; as Barcas, conduzindo à Ilha Perdida, como ao Paraíso: sempre na rota do sol poente deste extremo finistérrico ocidental.
Depois, na história portuguesa, o iniciado da serpente será o primeiro Descobridor navegante aportando às ilhas atlânticas.
Rota da serpente, será ainda antes, a testemunhada no nosso período da ocupação romana, pela Pateira da Lameira, em Penamacor, onde o seu cenário infernal, com mortos na boca das trevas, Perseu combate a Medusa, tentando evitar olhá-la directamente, perigo mortal, mas só na imagem reflectida no seu próprio escudo. Depois desse perigo mortal, será do Mar Tenebroso para o Descobridor português, novo Perseu.
Vários itinerários paralelos se traçam nesses tempos, o infernal dessa Pateira e o celeste da lápide funerária de cárquere onde o morto ascende ao céu no dorso de um cavalo. Esta lápide e esse objecto votivo, testemunham uma diversidade escatológica de uma única reintegração procurada, em níveis aparentemente opostos.
E, tal ainda na própria essência do Sol, eles se conjugarão. Reintegração que se expressará nos Vedas, onde o Sol possui nomes de “resplandescente e negro”, o que traz o dia e a noite. Tal como essa concepção védica, haverá na nossa proto-história, a mesma união de contrários, como expressão da plenitude ontológica do astro-rei. Suprema união ao ctónico e celeste, que terá sua máxima expressão a nível nacional em Portugal e muito especificamente na sua história da religião e da política, em si implicando concepções teológicas e cosmológicas, no século XVII, quando o Reino proclamou a sua plena liberdade, pela Independência perante Castela, e elegendo sua Padroeira Nossa Senhora da Conceição, Rainha do Céu e da Terra tendo a seus pés a serpente e a lua, e ao alto doze estrelas como resplendor. O rei D. João IV, coroando-a com a coroa dos reis de Portugal. Eis um declarado acto político de teologia realizado pela soberania portuguesa; e único na Europa da Idade Moderna.»

Dalila Pereira da Costa, As Margens Sacralizadas do Douro Através de Vários Cultos

nota sobre a pintura:  Imaculada Conceição, coroada por 12 estrelas, é apresentada sob a forma de Virgem do Apocalipse: e comparada ao Sol (Electa ut sol) e à Lua (Pulchra ut luna). Os outros emblemas são originários do "Cântico dos Cânticos" e da "Ladainha Lauretana": a Imaculada é Fonte dos Jardins (Fons Hortorum) ou Poço de Águas Vivas (Puteus aquarum viventium), Exaltada como o Cedro (Cedrus exaltata), Rosa Mística (Rosa mystica), Torre de Marfim (Turris eburnea), Escada do Paraíso (Scala paradisii), Estrela da Manhã (Stella matutina). A esses atributos místicos, junta-se a figura da serpente infernal esmagada pela Virgem, vitoriosa sobre o pecado original. A Ordem dos Franciscanos é evocada pelos dois cordões monacais que emolduram a imagem da Virgem, cada um deles com três nós, simbolizando os votos perpétuos de castidade, pobreza e obediência. A obra, executada provavelmente em São Paulo no século XVIII, pertencia ao Convento de Santa Clara de Taubaté.
fonte: Wikipédia.

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"(...) as leis não têm força contra os hábitos da nação; (...) só dos anos pode esperar-se o verdadeiro remédio, não se perdendo um instante em vigiar pela educação pública; porque, para mudar os costumes e os hábitos de uma nação, é necessário formar em certo modo uma nova geração, e inspirar-lhe novos princípios." - José Acúrsio das Neves