Criado por Fernando da Silva Gonçalves após ser enviado a cumprir serviço militar em Cabinda, integrado na Companhia de Caçadores Especiais 371, o cartoon português "Zé da Fisga" foi originalmente publicado no jornal humorístico luandense "O Miau" (1964), transitando de seguida para a "Revista Notícia" (Angola, 1967), onde atingirá o seu maior público e a sua notoriedade entre os soldados do Exército Português.
Chegou também a ser publicado em Portugal, pela revista "A Palavra".
Considerado como uma das mais populares personagens do desenho humorístico português dos anos 60 e 70, a tiragem termina em glória e no seu auge em 1975, quando o seu autor retorna a Portugal.
O êxito da personagem deve-se, de certo, às suas qualidades bastante portuguesas e sobejamente admiradas pelos soldados colocados no Ultramar. Malandro mas bom rapaz, desenrascado mas cumpridor, Zé da Fisga não perdia uma oportunidade para pregar uma boa partida ao seu sargento.
O coração doce de Zé da Fisga leva-o a provar o mel em várias colmeias, mas sempre tratando as abelhinhas com carinho. Don Juan de caserna, português dos três costados, está permanentemente rodeado de belas mulheres de todas as raças e cores - Zé da Fisga é o produto terminado e posto em prática de uma era que sonhava num Portugal multicontinental e multirracial, mas sempre Português.
fonte: Reviver Estórias; Ultramar