sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Slavery


To all the horrors of technicism one must add the scourge of monotony and the tyranny of time. Cities like London, New York, Berlin, Paris, Chicago, Pittsburgh, Detroit, or Glasgow are high spots of slavery in comparison to Albania, Bulgaria, or even Central Africa. The slavery of the watch and clock, the bourgeois, anthropocentric slavery of material prestige and successful competition (to slave in order to keep up standards), the wage slavery of the proletarian, the school slavery of the children, the conscription slavery of the adolescents, the road slavery, the factory slavery, the barrack slavery, the party slavery, the office slavery, the parlor slavery of manners and conventions — all these slaveries make political "freedom" appear a bitter joke.

Erik von Kuehnelt-Leddihn, The Menace of the Herd

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Novo Sermão da Montanha


Portugal assim dizia, 
Quasi sempre em dôr tamanha! 
Assim prégou aos seus filhos 
Novo Sermão da Montanha. 

Honra os teus Mortos. E' deles 
Que tu vens. Deves-lhe culto
Que são os vivos? - A Sombra 
Dos Mortos que fazem vulto. 

- Povo! Povo! eu chamo... Escuta. 
Repara em mim: vê e pasma! 
Sombra e chagas do que fui... 
Fiseram de mim um fantasma. 

Onde irei? A ser escravo? 
Velho e rôto vagabundo 
Aos encontrões, ás esmolas, 
Aos enxovalhos do mundo... 

Povo! em ti, confio e espero 
Como foi no tempo antigo. 
Has de salvar-me...Ou ao menos 
Saberás chorar comigo. 

Antonio Corrêa d'Oliveira

agradecimentos a Cristina Ribeiro

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

A Batalha Cultural que os Católicos perderam em Portugal


e de como estão prestes a perder a Guerra, se não mudarem de táctica.

Quando o Muro caiu, há 23 anos atrás, poucos dentro da Igreja Católica poderiam pensar que a principal ofensiva cultural contra os valores religiosos da sociedade ocidental ainda estava para vir.
Após um século de combate contra o relativismo moral, o socialismo, o individualismo e o comunismo, a Igreja Portuguesa encontrava-se refasteladamente encostada ao novo regime democrático, manobrando na penumbra a pouca influência que ainda tinha dentro do Estado e da vida sócio-cultural do País. Depois de um século panfletário como o século XIX, depois da pujança ideológica e intelectual da primeira metade do século XX, a Igreja chegava ao virar de século desarmada - os pasquins católicos, os jornais conservadores e tradicionalistas, as publicações de obras de pensadores e políticos da Doutrina Social da Igreja, tudo isso desapareceu ou recuou em audiência até chegar à irrelevância. A Igreja continuava forte, as suas congregações ainda movimentavam as comunidades urbanas e rurais - no entanto, o seu papel nos destinos do pensamento político do País esfumava-se nos poucos políticos católicos (e quase todos católicos progressistas) que permitia o Estado do pós-25 de Abril. A principal culpada desta retirada foi, e é, a ideia retirada de um certo espírito pós-Concilio Vaticano II que dita que a Igreja só se deve envolver na política através dos leigos, ou que todos os esforços de aplicar a Doutrina Social da Igreja devem ficar-se pelos programas dos partidos democrata-cristãos.

Com isto, não pretendo defender a presença de bispos e padres no parlamento da República. A capacidade de os clérigos contribuírem para o descrédito da Igreja Católica na sociedade tem sido fartamente comprovada pela acção de muitos dos últimos bispos portugueses, especialmente D. Januário Torgal.
No entanto, não existe uma única revista de alcance nacional, ou jornal, inteiramente votado às doutrinas da Igreja, à cosmovisão católica dos problemas do país. As congregações católicas perdem-se em tercinhos e em passeatas, mas não existe num país com 80% de católicos uma publicação mensal que combata o socialismo, a devassidão moral, as concepções new age do casamento e do "direito ao corpo", a corrupção do Estado ou o espoliar violento que tem vindo a sofrer o nosso património público.

Em vez disso, a agenda católica para a política prende-se no retardamento de reformas que os próprios líderes da comunidade sentem ser, ao fim e ao cabo, imparáveis. A atitude meramente reaccionária, meramente defensiva, de perpétuo cerco sem perspectivas de socorro, só pode trazer às fileiras do cristianismo o desânimo e o desespero. Essa atitude defensiva girava à volta de alguns princípios inegociáveis, ou assim pensa a Igreja quando os discute com o Estado Português: o aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Quis a Igreja descansar sobre os seus louros após a primeira vitória no referendo do aborto - no entanto, nada fez para combater a proliferação da cultura do contraceptivo, chegando até alguns dos seus "sequazes" a apoiá-la. Quando chegou a altura de se bater nas urnas pela segunda vez, uma nova geração estava já preparada para aceitar, naturalmente, o alargamento do período do aborto e do seu uso como novo contraceptivo. Quis a Igreja combater, com marchas e artigos e entrevistas, o casamento homossexual - no entanto, não mostrou metade do ardor para combater os sucessivos regimes de divórcio, que o facilitavam ao ponto de o casamento se tornar no mais frágil contrato do código civil português. Quando a maioria parlamentar e o governo quiseram, por fim, acabar de perverter totalmente esse instituto, já metade do caminho estava andado na corrupção. Só os católicos, e a Igreja, não quiseram ver isso.

No entanto, nos bastidores da política, a Esquerda ataca noutros sentidos com o mesmo fervor com que ataca os pontos "inegociáveis" da ICAR. Hoje em dia, o catolicismo nada tem a dizer sobre a subsidiariedade, a democracia, a economia e a propriedade. Da Doutrina Social da Igreja sobram princípios vagos e mal-entendidos que já começam a ser gozados nas faculdades de Verão dos partidos ditos "de direita". 
Nada diz a Igreja sobre a forma como a propriedade está distribuída no país. Os conceitos individualistas são aceites com a mesma complacência com que se torce o nariz às investidas estatistas nos domínios da cultura, da arte, do poder local e até da caridade. O ataque aos símbolos nacionais, a destruição do ambiente e da paisagem portuguesa - tudo isso são causas que o conservadorismo católico esqueceu ou relelgou para a Esquerda. Absorvendo estas causas, a Esquerda adaptou-as à sua ortodoxia. O mesmo fez com o estudo da História, da Sociologia, da Artes. Não há influência católica relevante no cinema ou na pintura portuguesa. Do que se escreve sobre o passado, muito é feito às custas da nossa antiga religião, com a pior das intenções, ainda que tenha sido pior nos anos 70.
Tudo isto porque, das organizações, associações, paróquias, ordens e conventos, congregações e prelaturas, que a Igreja tem em Portugal, nem um tostão é direccionado para a Batalha Cultural que o "progressismo" ganha, todos os dias, nos jornais e nas televisões nacionais. Não existe uma escola intelectual para a Doutrina Social da Igreja que influencia uma publicação regular sequer, não existem projectos apostados numa nova estética, numa nova mensagem que conduza a tradição e doutrina católicas às massas. Os donos dos media ganharam à Igreja uma batalha que o Islamismo e o Protestantismo não conseguiram - durante duas décadas, ou mais, calaram a voz pública da Igreja e separaram-na dos fiéis. Se no fim dos anos 80 a indignação dos católicos se faz ouvir para um sketch de Herman José que ataca a Rainha Santa Isabel, na primeira década do século XXI os Gato Fedorento podem retratar Jesus, no canal público de um país predominantemente católico, da forma que lhes apetecer. Afinal de contas, os católicos aprenderam a ser modernos e tolerantes.

A Igreja não possui, neste século, nenhum equipamento próprio para enfrentar a modernidade. Não possui uma Teoria, porque não tem veículos que a transportem até as pessoas. Não possui uma Estética, uma vez que os seus próprios valores morais estão dependentes das apreciações morais dos novos tempos - e sem moral não se constrói, imita-se. Se há movimentos que tentam criar o seu próprio espaço na sociedade política, logo são desaconselhados a usar o nome "católicos". Como se o nome fosse um desincentivo à simpatia dos outros grupos. E se for? Que alternativas temos, e que alternativas tiveram os primeiros cristãos? Por muito mal vistos que fossem pela sociedade romana, nunca lhes passou pela cabeça chamarem-se "Grupos de Amigos da Pesca" ou "Associação Sal da Terra". 

A Igreja enfrenta vários desafios neste século que agora começa. No entanto, nenhum desafio é maior para a Igreja do que encontrar, de novo, a forma de se exprimir dentro da sociedade. Essa expressão terá que assumir uma imagem de força, de confiança, de caridade e de esperança - uma mensagem verdadeiramente jovem, enérgica, capaz de assegurar pela força da oração e da acção uma nova aurora para Portugal e para aquilo que realmente Portugal significa. E isso só se faz autonomizando a Igreja - arrancando-a dos moldes da sociedade moderna em que alguns bem-intencionados padrecos pra frentex lhe impuseram (os mesmos que acusam a minha geração de sermos os "adolescentes conservadores e reaccionários"), dando-lhe símbolos próprios, intelectuais próprios, economistas próprios, arquitectos próprios, historiadores próprios, juristas próprios - e acima de tudo isso, artistas e poetas próprios.

Talvez agora, que os "inegociáveis" que os bispos mantiveram a custo durante os primeiros 40 anos da Igreja se foram à vida, uma nova fase se abra para a Igreja e para os cristãos, Uma fase em que estes finalmente percebam que não têm nada a perder no espectro político, porque já nada têm, e tudo a ganhar no prisma espiritual.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Municipalismo - André Azevedo Alves

Artigo de AAA no Económico

A reorganização torna-se ainda menos defensável quando se considera que não toca nas câmaras municipais, onde se concentra a maior parte da despesa pública em termos locais. Melhor teria feito o poder central em promover uma maior autonomia administrativa e financeira das autarquias, a que se deveria juntar um reforço dos mecanismos de responsabilização locais. Em qualquer caso, trate-se de freguesias ou câmaras, a iniciativa de qualquer reorganização deveria partir das comunidades locais e nunca centralizadamente de Lisboa. Um bom exemplo, independentemente da posição que se tenha sobre a proposta, é a discussão lançada por Luís Filipe Menezes sobre uma possível fusão dos municípios de Porto e Gaia. Já a reforma em curso do mapa autárquico comprova, infelizmente, a plena actualidade do que escreveu o grande Alexandre Herculano: "Todos os interesses que deviam ser zelados por municípios estão à mercê de um ministro que reside em Lisboa, e que nem os conhece, nem devidamente os aprecia."

A Cruz ao Pescoço


A meus filhos — para que as cumpram, ou não, e as façam (ou não) cumprir.

Meninos, tomem sentido:
amanhã já não me acordem.
— É isso, pai, um pedido?...
— Não, amores: é uma ordem.

Vou morrer menino e moço,
sem pátria nem parentela,
com esta cruz ao pescoço
e a coroa real na lapela.

Pretendo um inteiro olvido.
Não quero que me recordem.
— É isso, pai, um pedido?...
— Não, amores: é uma ordem.

Rodrigo Emílio, Inéditos

Direitinha

A chico-espertice de Helena Matos é própria desta direitinha que não quer dar sinais de muita religiosidade e, por isso, atira de vez em quando uma chalaçazinha ao cristianismo. No caso de Helena Matos, a ideia é fazer com que o cristão da bancada central-direita do parlamento se sinta bem consigo mesmo - "Ufa!, ainda sou moderno e sem pregas!".

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Conservadorismo

Estética, Comunidade, Esquerda e Economia no artigo de Roger Scruton no The Imaginative Conservative

The Burkean argument for a partnership across generations is an argument of the same kind, which asks us to recognize that consensual solutions may sometimes require that we consult the interests of the unborn and the dead. What has gone wrong, it seems to me, is not the attachment of conservatives to the market, but the failure to see what a real market solution requires: namely the retreat of the state and its projects from every decision in which local aims and loyalties are at stake. It is surely time for conservative politicians to recognize that, with really big issues, you need to think small.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Protestos em Madrid



O direito a insultar as pessoas apenas porque querem trabalhar e não querem politiquices a espalhar o seu veneno à porta dos seus estabelecimentos comerciais.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Contra a Caridade e a Poupança

O problema da Esquerda com Isabel Jonet não passa pelos lugares-comum que expressou na sua entrevista para a SIC. Toda a gente sabe, e os pobres também, que é melhor gastar dinheiro num jantar que num concerto rock. E que certos hábitos rotineiros devem ser aperfeiçoados de forma a levar ao mínimo de despesa possível. É contra o bom-senso que se revolta a Esquerda, especialmente o bom senso familiar, assente na Caridade e na Poupança. Valores que construíram a nossa civilização e que a Esquerda detesta. Odeia. Porque é incapaz de um e do outro.

leitura aconselhada:
Vamos brincar ao totalitarismozinho

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

De Pé entre as Ruínas!

Snipers alemães capturados pelo Terceiro Exército, comandado pelo General G.S. Patton. Alemanha, Março de 1945

sábado, 3 de novembro de 2012

As Elites e a Revolução

Lenine, filho de uma família da alta classe média que subira na escala social de forma astronómica, aqui a discursar perante a multidão
Las revoluciones son enfermedades de los pueblos libres. El mundo antiguo era un mundo en que los esclavos componian la mayor parte del género humano; citádme cuál revolución fué echa por esos esclavos!
Lo más que pudieron conseguir fué fomentar algunas guerras serviles; pero las revoluciones profundas fueron hechas siempre por opulentísimos aritócratas.
No señores; no está en la esclavitud, no está en la miseria el germen de las revoluciones; el germen de las revoluciones está en los deseos sobreexcitados de la muchedumbre por los tribunos que la explotan y benefician.
"Y seréis como los ricos"; ved ahí la fórmula de las revoluciones socialistas contra las clases medias.
"Y seréis como los nobles"; ved ahí la fórmula de las revoluciones de las clases medias contra las clases nobiliarias.
"Y seréis como los reyes"; ved ahí la fórmula de las revoluciones de las clases nobiliarias contra los reyes.
Por último señores, "y seréis a manera de dioses"; ved ahí la fórmula de la primera rebelión del primer hombre contra Dios. Desde Adán, el primer rebelde, hasta Proudhon, el último impio, ésa es la fórmula de todas las revoluciones.
Juan Donoso Cortés, Discurso sobre la Dictadura

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"(...) as leis não têm força contra os hábitos da nação; (...) só dos anos pode esperar-se o verdadeiro remédio, não se perdendo um instante em vigiar pela educação pública; porque, para mudar os costumes e os hábitos de uma nação, é necessário formar em certo modo uma nova geração, e inspirar-lhe novos princípios." - José Acúrsio das Neves