domingo, 4 de outubro de 2015

Manuel prático de voto II

Considerações para o dia da urna

Um PS que de socialista só tem o nome, que lhe ficaria melhor ser Despesista, Lobyista, Lojista.
Um PSD que não é nada, a não ser um emaranhado de interesses e ambições dos representantes dos grandes escritórios de advogados, dos grandes compadrios industriais e dos pachás que governam a província.
Um CDS democrata-cristão, popular, conservador, liberal, mas que não sabe governar nem agir de acordo com nenhuma destas ideologias, deixando-se levar pelo sabor dos ventos e pelo carisma do seu líder que é princípio, meio e fim da essência daquele partido.
Um Bloco de Esquerda que não é nenhuma esquerda, é uma confeitaria new left pós-social-democrata, promotora de todas as causas fracturantes apoiadas pelas corporações capitalistas mais poderosas à face da terra, cuja ideologia passa pela promoção dos instintos mais baixos e acaba na promoção dos instintos mais baixos. Isto tudo polvilhado com intervenções parlamentares suficientemente mediáticas para chamar a atenção.

São estas as parcas escolhas do eleitorado comum, escolhas essas que ainda atrofiam mais quando se procura outras soluções à direita. O PNR foi absolutamente desprezado pelos meios de comunicação, mas ainda assim fez questão de apostar todas as suas hipóteses de algum tipo de mediatismo numa acção de rua contra a emigração, um problema tão residual em Portugal que é ridículo sequer tê-lo em conta como parte de um programa eleitoral. O PNR é um partido que nasceu mal e que morrerá mal, uma vez que é dominado por um meio lisboeta que não tem qualificações para a luta política.

Fazemos uma ressalva para uma esquerda que mantém a ortodoxia militante, que se diz patriótica (e é) e valoriza o trabalho e a soberania nacional. O nacionalismo e o conservadorismo português têm muito a aprender com esta CDU, que merece um bom resultado nestas eleições.

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"(...) as leis não têm força contra os hábitos da nação; (...) só dos anos pode esperar-se o verdadeiro remédio, não se perdendo um instante em vigiar pela educação pública; porque, para mudar os costumes e os hábitos de uma nação, é necessário formar em certo modo uma nova geração, e inspirar-lhe novos princípios." - José Acúrsio das Neves