Portugal assim dizia,
Quasi sempre em dôr tamanha!
Assim prégou aos seus filhos
Novo Sermão da Montanha.
Honra os teus Mortos. E' deles
Que tu vens. Deves-lhe culto
Que são os vivos? - A Sombra
Dos Mortos que fazem vulto.
- Povo! Povo! eu chamo... Escuta.
Repara em mim: vê e pasma!
Sombra e chagas do que fui...
Fiseram de mim um fantasma.
Onde irei? A ser escravo?
Velho e rôto vagabundo
Aos encontrões, ás esmolas,
Aos enxovalhos do mundo...
Povo! em ti, confio e espero
Como foi no tempo antigo.
Has de salvar-me...Ou ao menos
Saberás chorar comigo.
Antonio Corrêa d'Oliveira
agradecimentos a Cristina Ribeiro