O mais recente anúncio gay-friendly da Coca-Cola a passar na Televisão Portuguesa apresenta a típica mensagem distorcida dos valores comezinhos adaptados às modas da contemporaneidade.
Qual exercício neo-conservador, presta-se esta empresa a participar na massiva campanha para iludir os consumidores (que é o que nos resta, uma vez que cidadãos já não existem) de que os valores tradicionais da Família são compatíveis com o seu contrário, a não-família, o engano, a privação de uma criança de reconhecer um elemento feminino e masculino como seus geradores, enfim, a mundividência burguesa da sociedade.
Não admira reparar mais uma vez que a principal aliança do capitalismo mais desumano e destrutivo, do qual a Coca-Cola é fiel representante, é com os apaniguados do "progresso social". A luta para criar um mundo hedonista de pessoas que se definem pelo sexo das pessoas com quem se deitam é compatível, a cem por cento, com o actual regime económico que visa tornar-nos a todos em meros consumidores.
Como é agora hábito entre a esquerda, posto de parte o incentivo revolucionário, é agora altura de apelar ao trending, ao marketing e à desinformação, à destruição de conceitos basilares da sociedade para promover a mudança com o máximo de anestesia possível. Para que o consumidor coma caladinho e satisfeito.