Deus faz os reis, literalmente. Ele prepara as estirpes reais, amadurece-as no meio de uma nuvem que encerra as suas origens. Elas depois surgem coroadas de glória e de honra: impõem-se - e é esse o maior sinal da sua legitimidade. Elas avançam como que sozinhas, sem violência por um lado e sem uma deliberação precisa pelo outro. É uma espécie de tranquilidade magnífica nada fácil de exprimir.
"Usurpação legítima" parecer-me-ia a expressão adequada (se não fosse demasiado ousada) para caracterizar esta espécie de origens que o tempo se apressa a consagrar.
J. de Maistre, Essai sur la principe générateur des constituition politiques