A ida ao Auditório de Espinho, fez-me pensar nos espaços que existem para a divulgação de trabalhos/apresentações das mais variadas artes. Comparando com o que havia há 15/20 anos, por exemplo, existe uma incomparável melhoria. Agora há mais e melhores sítios para actividades culturais.
Em 2009/2010, como aluno ERASMUS, terminei a Licenciatura em Piano na Academia Ferencz Liszt, em Budapest, Hungria (local que os pianistas acima referenciados também frequentaram). As diferenças foram enormes, principalmente na língua e na tradição do meio Musical que fui encontrar. O facto de a Academia estar a dois passos tanto do edifício da Ópera como de várias salas de espectáculo muito importantes do Teatro, da Broodway/Musicais das pequenas e grandes orquestras, das Salas de Exposições, dos Museus, com uma profusão de Cafés Centenários, de Cinemas e Bares pressupõe uma organização de uma parte enorme da cidade para os edifícios de Cultura e Entretenimento, facilitando o movimento e publicidade de todas as formas de Arte.
Aqui, em Portugal, já podemos notar esta organização a dar frutuosas provas de um investimento que se realizou, essencialmente, por parte do Poder Local. É disso exemplo o Concelho de Valongo e, mais propriamente, a cidade de Ermesinde. Basta ver a capa do número 862 do Jornal "A Voz de Ermesinde" para se constatar esse facto importantíssimo. A cultura é apresentada com cada vez mais regularidade. Isto acontece em Vila Real, Coimbra, Bragança, Guimarães (que será Capital Europeia da Cultura em 2012), Braga, Cernancelhe, Fundão, Castelo Branco, Serpa, Faro, só para citar algumas cidades, que a lista já vai longa.
É verdade que alguns locais foram perdendo força como motores de cultura eclética, como o Rivoli ou - em menor escala, por tradição já de si elitista - o Ateneu Comercial do Porto. Vemos, por outro lado, o Clube Literário com grande pujança no domínio da Música, a manutenção da programação no Salão Árabe do Palácio da Bolsa, a renovação da programação do Conservatório de Música do Porto. Faltariam as bilbiotecas ou "casas de editores" como antigamente existiam, que funcionavam como lojas de venda de partituras ou de instrumentos que ofereciam concertos, à cidade do Porto, de vários géneros musicais.
Só assim se conseguem formar públicos (seja lá o que isso for) ou trazer o grande público aos espectáculos que não são de massas.
As redes sociais (antes eram os jornais, só mudou o meio, não o fim) possibilitam uma maior e melhor procura, divulgação/publicidade das acitividades culturais.
Assim sendo, não existe a necessidade de continuarmos a defender o preconceito de que "lá fora é que é bom" ou "que aqui nada se faz". Fica por terra o preconceito de sair da "província" para se poder ter acesso à Cultura.
Cada vez mais a Cultura vem até nós, estejamos onde estivermos.
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