segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Das Cheias da Tailândia

in Combustões
Os governos representativos são coisa bonita, mas não resistem à mínima contrariedade. Pergunto-me para que servem esses parlamentos amadores, com 200, 300 ou 400 deputados reunidos em permanência – com as suas comissões parlamentares, as suas auditorias, os discursos de facção, as oposições – se não conseguem responder a solicitações tão básicas como o fornecimento de água potável e um prato de arroz a milhões de pessoas afectadas por uma calamidade natural. Sim, como no Antigo Regime, deviamos ter uns Estados Gerais de dez em dez anos, um governo escolhido e devidamente vigiado por um funcionalismo público especializado e pouco mais.
Ausência de governo representativo ? Não, porque no Antigo regime havia as liberdades que obrigavam o Estado a não ultrapassar os seus limites, havia os parlamentos regionais, as comunas e os corpos sociais sempre atentos à mínima tentação controleira do governo central. As pessoas clamam por liberdade – o mais precioso dos bens – mas começam a desesperar da intolerável inépcia daqueles que, embora eleitos, já não conseguem esconder a escancarada mentira de uma inutilidade prejudicial.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Conferência Marcos Ghio

mais dados aqui
Com presença do Professor Humberto Nuno.
Agradecidos à Legião Vertical

1.ª Conferência do Liberalismo Clássico

Uma nova iniciativa das organizações liberais clássicas, contando com a participação de nomes experimentados como Carlos Novais, João Miranda, André Azevedo Alves e Adelino Maltez, assim como com a entrada da doutrina jovem do liberalismo clássico português como Michel Seufert, Samuel de Paiva Pires e Ricardo Campelo de Magalhães.

Especial atenção para a intervenção de André Azevedo Alves: A Escola de Salamanca e as origens ibéricas do liberalismo clássico.

O Espectador Portuguez vai tentar aparecer.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Princípio do Provocatório IV

http://naoutramargem7.podomatic.com/entry/2010-12-02T10_14_25-08_00

Aqui está uma ligação para um programa de rádio onde "Na segunda parte do programa, falamos com os pianistas Bruno Belthoise e Christina Margotto, que acabaram de gravar os três primeiros cadernos das Melodias Rústicas Portuguesas, de Fernando Lopes-Graça, para edição em CD em 2011".

Atentem no compositor (comunista) e nos intérpretes (esta já é só para quem sabe).
Atentem num programa que já acabou, de uma rádio que já se finou, passando a ser a rádio "Nostalgia".

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O Novo Príncipe

D. Miguel I, O Tradicionalista
Queluz, 26.10.1802 — Bronnbach, 14.11.1866
Reinado: 1828 — 1834

Agradecido ao ESF, por sempre recordar as datas importantes.

O Repouso do Guerreiro

Laisser la poésie décider de son sort
Sortir au matin et accepter la mort
Mordre dans la vie sans penser à demain
Maintenir le cap tout droit vers son destin


segunda-feira, 24 de outubro de 2011

the Catholic-Protestant antithesis

In order to come to symbolic comprehension of the Catholic-Protestant antithesis one must compare two paintings: the Birth of Venus by Botticelli and American Gothic by Grant Wood. The Birth of Venus follows a pagan pattern, but every sensitive person will perceive that this is a Christian Venus, surrounded by a hardly perceptible glow of sensuality, yet expressing a real synthesis of Eros and Agape, earthly and divine love. She is a "baptized" Venus. The painting of Grant Wood shows us a very Protestant American farmer and his wife with a white, Gothic wooden church in the background.
The man holds in his hand a pitchfork with painfully pointed prongs. His balding pate, his thin lips, his clean spectacles no less than his prim and severe wife at his side frightened no less a man than Albert Jay Nock.
The outcry of bigots which could be heard at the end of the 19th century that the Democratic Party in New York stood for "Rum, Romanism and Rebellion" was somehow not without substance when we translate this accusation with "Joie de vivre, Catholicism and Individualism." To our ears, at least, the reverse — "Prohibition, Protestantism and Prostration" — hardly sounds more attractive.
This is by no means an "original theory", but a thesis alluded to by D. H. Lawrence and Everett Dean Martin, who emphasized the fact that Americans have tried to flee the Middle Ages, but never "thought themselves out of them."

Erik Kuenheldt-Leddihn, Liberty or Equality

domingo, 23 de outubro de 2011

Sozialstaat

O Estado social, ou o conhecido "welfare state", foi constituído com o objectivo de unificar a população "alemã" nos idos tempos de 1836 - 1870.
Ora, o que muitos desses manifestantes desocupados que apenas sabem gritar por "direitos adquiridos" deviam procurar captar, nos seu amplo tempo livre e de deleite intelectual é que quando o sistema foi pensado, o mundo era "ligeiramente" diferente.

Ora façamos uma breve resenha histórica:

Otto von Bismark, na altura Chanceler do que é hoje a Alemanha moderna, procurava ganhar o suporte da indústria alemã para as suas reformas conservadoras. Bismark procurava o suporte da industria alemã acima de tudo porque precisava do suporte da classe trabalhadora da altura. Ora o grande problema social que na altura afectava a Alemanha era a emigração de milhares de nacionais para os Estados Unidos, já que nesse país os salários eram maiores.

Desta forma, Bismark resolveu iniciar os chamados "programas partenalistas" no começo de 1840 na Prussia e na Saxonia, de forma a contrabalançar os salários mais baixos europeus, com as pensões de velhice, seguros de acidente, cuidados médicos e de desemprego, dado que esses programas não existiam nos Estados Unidos.

Isto é, Bismark de uma forma engenhosa tornou a Alemanha mais atraente aos trabalhadores sem aumentar os salários, i.e. com a promessa de cuidar dos seus no futuro ou em caso de azar.

Claro que estas políticas tiveram um reverso. Para garantir o sistema, Bismark adoptou um sistema de tarifas aduaneiras bastante agressivo, de forma a proteger os lucros e os salários da concorrência americana, o que garantia um sistema mais ou menos isolado e capaz de gerar receitas adicionais.

Com base nesta breve e incompleta resenha, temos de lembrar aos nossos "queridos" manifestantes, que desde 1840, as coisas mudaram um bocado:

  • Não existem tarifas aduaneiras relevantes hoje em dia;
  • Hoje em dia com a globalização, os salários, os lucros da empresas mudam de país para país com grande facilidade, seja por motivos fiscais, sejam operacionais;
  • A economia moderna é baseada em bens intangíveis, que são muito difíceis de controlar e de tributar;  
Ora, se queremos um Estado social, é muito fácil:
  • Sair da União Europeia - acabou-se as viagens fáceis para Barcelona no fim-de-semana e as idas regulares para a Holanda fumar umas cenas para a malta do B.E.;
  • Impor tarifas aduaneiras que seguem à 50% do valor de muitos bens de luxo - Queres um telemóvel novo? Bem meu caro, reza que haja alguma empresa de latas e cordeis em Portugal, que o IVA vai ser o teu menor problema.
  • Melhor aprenderes a plantar as verduras...que sem benefícios fiscais e fora da Europa 90% das indústrias em Portugal vão fechar! Mas pelo menos vamos ter verduras fresquinhas (quando o tempo ajudar...quando não...vamos todos fazer dietas);
  • Já quanto aos serviços, acho mesmo que temos todos de ir estudar para Segurança Social...vai haver uma forte procura nesse sector! Esquece gestão, economia ou direito, a horta não precisa de tal. Já medicina, cheira-me que sem medicamentos baratos do livre comercio e sem equipamento vai ser mais preciso de padres que de médicos.
Mas vejamos, isto tudo é supérfluo, teremos um subsídio de emprego, de doença não vai haver, porque será o estado normal das pessoas, logo haverá um subsídio de saúde que é auferido durante os dias do ano que estejamos saudáveis. E por fim, pensão de velhice....essa não será necessária!

Lá teremos o nosso belo Estado Social, extremamente sustentável! Basta para isso negar os avanços modernos do livre comércio e sermos pobres! 
Left to themselves or led by their tribunes the masses never established anything. They have their face turned backwards; no tradition is formed among them; no orderly spirit, no idea which acquires the force of law. Of politics they understand nothing except the element of intrigue; of the art of governing, nothing except prodigality and force; of justice, nothing but mere indictment; of liberty, nothing but the ability to set up idols which are smashed the next morning. The advent of democracy starts an era of retrogression which will ensure the death of the nation and the State . . . .
Proudhon, Du principe de federation

sábado, 22 de outubro de 2011

Princípio do Provocatório III

Gesta[lt] - Gesta[po]
....polt... '
....lopt... '
....tolp... '
....plot
-----'-----
-----'-----
Aula de Teorias e Metodologias de Aprendizagem
+
Apocalipse, série documental, sobre a 2ª Guerra Mundial

terça-feira, 18 de outubro de 2011

A Crise

Está na moda dizer que soluções que dinamizem a iniciativa privada são soluções de um passado capitalista que já se provaram ultrapassadas pela crise nos EUA. Esquecem-se que a crise americana e a portuguesa diferem na origem e nas causas. A deles deve-se a um mercado desregulado que se aproveitou das condições criadas pela acção do Estado. A nossa deve-se a um sistema fiscal pesado, a um Estado megalítico e tentacular e a uma iniciativa privada fossilizada.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O Cobridor

O Rei Constitucional, após todas as limitações impostas ao livre desempenho das suas funções, mantém apenas uma característica própria do exercício do poder monárquico: assegurar a continuidade da representação dinástica.

Em poucas palavras, o Rei Moderno tem como principal e único dever procriar.

domingo, 16 de outubro de 2011

De onde vem a nossa Contra-Revolução?

Com todo o respeito pela sapiência de António José de Brito, cujo pensamento só aproveitou a uma Direita portuguesa paupérrima do ponto de vista teórico/filosófico, num século XX pouco inspirador e onde o pensamento conservador português foi preguiçoso e pouco inovador, atrevo-me a lançar algumas dúvidas e aproveitar para fazer algumas reflexões em torno do excerto daqui retirado:

1- Há uma tradição de pensadores como José Acúrsio das Neves, marquês de Penalva, José Agostinho de Macedo, Gama e Castro, que nada deve aos Integralistas e à escola de Alfredo Pimenta. Se tal como De Maistre, Bonald, e outros fundadores do pensamento conservador europeu, são considerados os ascendentes directos de Maurras e dos autores-proto-fascistas, o mesmo acontece em relação aos autores de cá, o que é que não ganharia a direita portuguesa em entroncar o seu pensamento nos originais contra-revolucionários em vez de se perder nas suas perversões?

2- Os autores contra-revolucionários portugueses em nada se opõem à política de liberalismo económico que o Antigo Regime vinha a encetar nos últimos decénios do século XVIII, imprimindo uma maior prosperidade ao nosso sector industrial e mercantil, agilizando as relações económicas combatendo a excessiva corporativização da sociedade. Estarão os contra-revolucionários tão presos ao ideal corporativista como os fascistas? Na minha opinião, a visão económica dos nossos contra-revolucionários, especialmente José Acúrsio das Neves, pauta-se mais por uma questão de eficiência do que uma questão de engenharia social. Nestes é decididamente defendida a necessidade da propriedade privada, de um regime de livre-iniciativa que paute as relações comerciais, e da condição do estado como árbitro superior.

Contra-Revolução e Fascismo

in O Reaccionário

Nesta altura, estamos em condições de indicar, num simples resumo, o que separa e o que aproxima a Contra-Revolução do Fascismo.
As afinidades positivas e negativas são bem patentes. Acentuação do valor superior do Estado face ao indivíduo, afirmação do Absoluto, corporativismo, culto do Poder pessoal, anti-relativismo, anti-liberalismo, anti-democratismo, anti-marxismo.
No entanto a Contra-Revolução e o Fascismo contrapõem-se nos seguintes tópicos.
A Contra-Revolução é conservadora, o Fascismo é revolucionário.
A Contra-Revolução aceita a esfera do privado, em geral, e a propriedade privada em especial, o Fascismo não admite em tese uma esfera puramente privada e tem tendências socializantes.
Por outro lado, a Contra-Revolução firma-se num Absoluto transcendente, o Fascismo concebe o Absoluto como imanente-transcendente.
A Contra-Revolução e o Fascismo possuem um entendimento diferente do Corporativismo e da supremacia do Estado sobre o indivíduo ou pessoa humana. A Contra-Revolução limita-se a subordinar o indivíduo ao Estado e submete-o, bem como ao Estado, à Igreja. O Fascismo visa a identificação do indivíduo ao Estado acima do qual nada vê.
Numa palavra: Fascismo e Contra-Revolução são universalistas, o Fascismo de um universalismo totalitário, a Contra-Revolução de um universalismo católico-tradicionalista.

– António José De Brito in Para a Compreensão do Pensamento Contra-Revolucionário: Alfredo Pimenta, António Sardinha, Charles Maurras, Salazar.

O Regime de Impostos II

in Dragoscópio

Note-se que quando digo "barbárie" não quero significar apenas o tumulto asselvajado nas ruas, vulgarmente conhecido como "revolução". A revolução é apenas uma barbárie decorrente, uma prossecução, senão fatal, seguramente lógica. Não: é a barbárie inaugural, desencadeadora (e "legitimadora") de todas as outras, que sobremaneira alvejo e que se traduz, por exemplo, em fórmulas aparentemente assépticas como "regime de impostos". Quando este "regime de impostos" mais não camufla que um "esquema de metapredação", não há volta a dar, estamos de regresso à barbárie que só não é pura porque é sofisticada, que só não é selvagem porque é burocrática. Ora, um Estado que assim se coloca fora da civilização, porque atentador-mor contra a vida dos próprios povos, é um mecanismo pária, hipertrofiado e insaciável que, tanto quanto justifica, convoca à legítima defesa. Até porque um Estado que assim age não serve os interesses da sua própria comunidade nacional, mas os meros apetites de partes corruptas dela, bem como as estratégias de potências externas. Como se procede à legítima defesa? Fazendo uma revolução? A revolução é só o culminar da acção desagregadora do Estado. Chamar-lhe solução para o problema é o mesmo que confundir o colapso final dum organismo com o remédio santo da sua cura. A verdade é que não existem remédios santos, abracadabras mágicas nem panaceias instantâneas para infecções e neoplasias cuja génese decorre há séculos. Tão pouco dispomos de ciências, ainda menos históricas, com capacidade de decifração exacta e infalível (que é como quem diz, matemática) da imensidão de factores, condicionantes e incógnitas em jogo. Não é apenas mega-iludido quem assim pensa: é criminoso. E gera, regularmente, ruínas, quando não catástrofes.
O facto é que os reinos, ao descambarem em nações, contraíram o Estado Moderno como quem contrai um cancro - daqueles em forma de necrose particularmente autofágica. De resto, o Estado e o "Mercado" não poderiam ter germinado e crescido um sem o outro (isto é, sem uma circulação desembaraçada de capitais e uma protecção proficiente e estratégica das rotas e das lógicas comerciais) . Estado e Finança são inseparáveis. Entretecem-se e reforçam-se. Afinal, sempre foi preciso financiamento para exércitos e obras públicas. Só que como o Estado em relação à Nação, também a Finança começa por servir o Estado e acaba a servir-se dele. Por outras palavras, assim como a Nação desenvolve um Estado, o Estado desenvolve uma Finança. À medida que se hipertrofia o Estado, hipertrofia-se ainda mais a Finança. Necrose com necrose se paga. Quanto mais o Estado devora a Nação, mais a Finança digere o Estado. De modo que a sujeição nanificante (e nadificante) da nação a um estado descomunal agrava-se pela subserviência deste a uma Finaça desorbitada e exorbitante. E tanto assim é, e tem sucedido, que podemos hoje em dia testemunhar o nosso próprio Portugal a ser estrangulado por um Estado que a Finança traz pela trela.

O Regime de Impostos

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Human Will and Popular Sovereignty

«. . . because of this ignorance of the primitiveness of their instincts, of the urgency of their needs, of the impatience of their desires, the people show a preference towards summary forms of authority. The thing they are looking for is not legal guarantees, of which they do not have any idea and whose power they do not understand; they do not care for intricate mechanisms or for checks and balances for which, on their own account, they have no use; it is a boss in whose word they confide, a leader whose intentions are known to the people and who devotes himself to its interests,that they are seeking. This chief they provide with limitless authority and irresistible power. The people, considering everything to be just which they consider useful to themselves, since they are the people, ridicule all formalities and do not impose conditional limitations on the depositories of power. Inclined towards suspicion and calumny, but incapable of methodical discussion, they believe in nothing definite save the human will. Their only hope is man. They have confidence only in their creatures: In principibus, in filis hominum. They expect nothing from principles—which alone can save them. They do not have the "religion of ideas."»

P. J. Proudhon, Du principe de federation

Crónica de concerto

Impressiva
Gaia
Olhava,
Rudemente,

Sobre o cais
Imerso pelas casas.
Linda vista, esta, sobre o Rio Douro do Miradouro da
Vitória, local talvez pouco
Adequado, mas com

A força de vontade tudo consegue.
Nem sempre se ouviram bem todos os instrumentos,
A electrónica "perdia-se" por vezes;

Ora, um pouco mais de sons da cidade (pássaros a voar, mulheres a gritar)
Ligariam melhor com esta peça de
Igor Silva, chamada City Noise,
Versada sobre a confluência destes sons no nosso quotidiano,
Englobando garrafas de vidro percutidas,
Invertidas na sua função
Rudimentar, para algo útil e cheio de vida.
Apareceram muitos e muitas turistas,

Criando uma atmosfera descontraída e atenta,
A olhar, admirados, para este ensemble,
Radiantes por estas "performances" ad-hoc.
Levemente o sol nos batia na fronte.
Ora! nós tínhamos camisas, aventais, calções
Sobre nós, como tenda alternativa.

Brincadeira?
Ridículo? Nada disso.
Isto foi muito bem pensado para uma
Tarde solarenga de final de Setembro (29 - 18horas).
Ora nem mais.

Foi bom
Rubricar esta presença.
Estar perante uma peça
Dum compositor com
Estreias
Rubricadas na Capital, Lisboa
Inseridas no festival "Jovens Músicos" na
Calouste Gulbenkian.

Clareza nos ataques de violoncelo
Acoplado ao clarinete,
Rico de velocidade,
Dinâmica e risco,
Original na junção
Subtil, com humor, dos sons do
"Ordinateur" - de computador.

Momentos divertidos
Apimentados com uma direcção
Rigorosa, vigorosa e
Com alguma gesticulação do maestro
Estreando esta obra.
Leveza da percussão
Obrigava a ter muita

Atenção por parte do ensemble, da electrónica notou-se muita atenção.
Impossível dizer mais
Receio até que melhor.
E tenho dito.
Super!

domingo, 9 de outubro de 2011

Política previsível (VI)

Então, parece que houve eleições na Madeira.
Ah e tal, houve ilegalidades e bitaites foleiros.
O Coelho conseguiu ganhar terreno ao Jardim.

E a vida continua...

(Enquanto ouvia as declarações de João Jardim, o JJ da Madeira, na Antena 1)

"Oh Diabo, isto sem óculos não dá!!"
Pois é, João, sem óculos não dá para perceber o buraco que criaste!

Boa Ideia, Má Moeda

Quando, num determinado território, circulam livremente má e boa moeda, dita a experiência que a acção natural dos mercados levará a que, através do entesouramento da boa moeda, acabe a má moeda por se tornar a mais comum em circulação.

A Lei de Gresham aplica-se igualmente ao mundo das boas e das más ideias.
Se deixarmos vaguear, desregulada e livre, uma má ideia, esta acaba por dominar o mercado.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Iniciativa e Força

«O Integralismo pretende estabelecer um regime mais autoritário e ao mesmo tempo mais livre do que o adoptado pela Monarquia constitucional, ingloriamente deposta em 5 de Outubro. Mais autoritário, porque o Rei terá a iniciativa e a força do Governo; o seu poder não será partilhado, saber-se-á sempre de quem emana o acto de autoridade.
Entretanto o regime será mais livre, porque esse poder, nem dividido nem aquinhoado, será mais restrito e limitado. Enquanto o Estado parlamentar, incapaz de grandes empreendimentos, se intromete em tudo, sem ter nunca de responder por coisa alguma, o Estado integralista, mais vigoroso na esfera da sua competência imediata, verá a sua autoridade diminuir, até desaparecer para além dos limites que lhe marcam os municípios, as províncias, a organização local e geral das profissões e dos interesses.»

Luís de Almeida Braga

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

(Des)acordo Ortográfico

A todos os que ainda não tomaram conhecimento da existência de uma forma capaz de reverter o enorme erro e atentado que representa o novo (des)acordo ortográfico para a nossa língua, cultura e soberania, voltamos a lembrar a existência da Iniciativa Legislativa de Cidadãos (ILC) Contra o Acordo Ortográfico.
Por favor, redescubra a utilidade do seu cartão de eleitor. Seja um português consciente e participe na defesa da sua língua e da sua cultura.
Para mais informações visite http://ilcao.cedilha.net ou www.portuguespt.com.
in Nova Casa Portuguesa

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Princípio do Provocatório II

Inventário

De que sedas se fizeram os teus dedos,
De que marfim as tuas coxas lisas,
De que alturas chegou ao teu andar
A graça de camurça com que pisas.

De que amoras maduras se espremeu
O gosto acidulado do teu seio,
De que Índias o bambu da tua cinta,
O oiro dos teus olhos, donde veio.

A que balanço de onda vais buscar
A linha serpentina dos quadris,
Onde nasce a frescura dessa fonte
Que sai da tua boca quando ris.

De que bosques marinhos se soltou
A folha de coral das tuas portas,
Que perfume te anuncia quando vens
Cercar-me de desejo a horas mortas.

-

José Saramago, Os Poemas Possíveis,
Lisboa, Editorial Caminho, 1981 -
- Poema inserido na pequena antologia «Poemas Leya» comemorativa da publicação do número 1000 do Jornal de Letras

Princípio do Provocatório




Lança menina
Lança todo esse perfume
Desbaratina
Não dá prá ficar imune
Ao teu amor
Que tem cheiro
De coisa maluca...

Vem cá meu bem
Me descola um carinho
Eu sou neném
Só sossego com beijinho
Vê se me dá o prazer
De ter prazer comigo...

Me aqueça!
Me vira de ponta cabeça
Me faz de gato e sapato
E me deixa de quatro no ato
Me enche de amor, de amor
Oh!...

Lança menina
Lança todo esse perfume
Desbaratina
Não dá prá ficar imune
Ao teu amor que tem cheiro
De coisa maluca...

Vem cá meu bem
Me descola um carinho
Eu sou neném
Só sossego com beijinho
E vê se me dá o prazer
De ter prazer comigo...

Me aqueça!
Me vira de ponta cabeça
Me faz de gato e sapato
Ah! Ah!
Me deixa de quatro no ato
Me enche de amor, de amor...

Oh!
Lança! Lança Perfume!
Oh! Oh! Oh! Oh!
Lança! Lança Perfume!
Oh! Oh! Oh!
Lança! Lança!
Lança Perfume!
Lança Perfume!...

Lança menina
Lança todo esse perfume
Desbaratina
Não dá prá ficar imune
Ao teu amor que tem cheiro
De coisa maluca...

Vem cá meu bem
Me descola um carinho
Eu sou neném
Só sossego com beijinho
Vê se me dá o prazer
De ter prazer comigo...

Me aqueça!
Me vira de ponta cabeça
Me faz de gato e sapato
Me deixa de quatro no ato
Me enche de amor, de amor...

Oh!
Lança! Lança Perfume!
Oh! Oh! Oh! Oh!
Lança! Lança Perfume!
Oh! Oh! Oh! Oh!
Lança! Lança!
Lança Perfume!
Lançaaaaa Perfume!
Lançaaaaa Perfume!
Oh! Oh! Oh! Oh!
Lança Perfume!
Lança Perfume!
Oh! Oh! Oh! Oh!
Lança! Lança Perfume!
Lançaaaaa Perfume!
Lançaaaaa Perfume!
Oh! Oh! Oh! Oh!
Lança Perfume!
Lança Perfume!...

terça-feira, 4 de outubro de 2011

morra a Constituição!

Quando os povos soltaram aquele primeiro grito, morra a Constituição, as suas imprecações não se dirigiam contra a verdadeira e legítima Constituição do Estado. Dirigiam-se contra a Constituição de 1822, viciosa pelo modo tumultuário e criminoso com que foi feita, péssima pelos princípios em que é fundada e abominável pelos abusos e atentados a que tem dado causa ou servido de pretexto.
Pois nós tínhamos Constituição?... Sim, nós a tínhamos e uma das melhores da Europa. Se a não tivéssemos, não teríamos formado um corpo político tão robusto e tão perfeitamente organizado que resistiu a todas as tempestades políticas que há sete séculos têm agitado a Europa e destruído tantos impérios. (...)
Temos regulada sobre os melhores princípios a forma do Governo, a sucessão da Coroa, os tribunais e todo o nosso Direito Público; e se não está recopilado tudo isto em um caderno de 100 páginas, dividido por títulos, capítulos e artigos muito pequenos, segundo a moda, pouco custará dar-se-lhe essa forma. Temos leis muito sábias que protegem o direito da propriedade, a segurança dos cidadãos e a justa liberdade de que se pode gozar no Estado social. Ninguém é punido nem coarctado nas suas acções senão em consequência das leis; e aqui está aquele princípio que os demagogos proclamaram com tanto entusiasmo como descobrimento seu, que ninguém deve ser obrigado a fazer senão o que as leis determinam, nem a deixar de fazer senão o que as leis proíbem. Ninguém é dispensado de concorrer para as despesas públicas; o caminho para as honras e para os grandes empregos está aberto a todas as classes; tudo o que há de bom na organização dos estados mais bem governados da Europa, nós o temos na nossa. Eis aqui a Constituição da Monarquia Portuguesa.
José Acúrsio das Neves, Cartas de um Português aos seus Concidadãos, CARTA XIII, O que os povos desejam e o que não desejam

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Joaquim dos Santos






Mais um passo na divulgação deste importantíssimo património cultural, material e imaterial de grande interesse não só ao nível da música na sua vertente prática mas também no realce e (re)descoberta de um importante apoio pedagógico.

Os meus agradecimentos à Ava Editions, ao Jornal "O Basto" e, principalmente, ao meu grande Amigo, Nuno Costa, sem o qual o início deste passo não teria sido possível.

Bem-hajam.

Meditação do Duque de Gândia

Nunca mais
a tua face será pura limpa e viva,
nem teu andar como onda fugitiva
se poderá nos passos do tempo tecer.
E nunca mais darei ao tempo a minha vida.

Nunca mais servirei senhor que possa morrer.
A luz da tarde mostra-me os destroços
do teu ser. Em breve a podridão
beberá os teus olhos e os teus ossos
tomando a tua mão na sua mão.

Nunca mais amarei quem não possa viver
sempre,
porque eu amei como se fossem eternos
a glória, a luz e o brilho do teu ser,
amei-te em verdade e transparência
e nem sequer me resta a tua ausência,
és um rosto de nojo e negação
e eu fecho os olhos para não te ver.

Nunca mais servirei senhor que possa morrer.

Sophia de Mello Breyner Andresen

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"(...) as leis não têm força contra os hábitos da nação; (...) só dos anos pode esperar-se o verdadeiro remédio, não se perdendo um instante em vigiar pela educação pública; porque, para mudar os costumes e os hábitos de uma nação, é necessário formar em certo modo uma nova geração, e inspirar-lhe novos princípios." - José Acúrsio das Neves