segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Crítica de concerto (II)

Uma chamada.

Sim, uma chamada foi o suficiente para mudar a minha rotina.
Um amigo telefona-me e convida-me a assistir a um concerto de outros dois amigos comuns.
Em boa hora aceito, pois foi dos melhores concertos a que já assisti. Foi um concerto de 2 pianistas - Lígia Madeira e Luís Duarte - a 4 mãos num piano, de música francesa (Claude Debussy -“Petite Suite” e Maurice Ravel - “Ma mère l’oye"), juntando-se exibições de poemas Portugueses num ecrã, tal como de fotografias relativas à cidade do Porto. A pitoresca Ribeira, o calmo Cais de Gaia, a imponente e altiva Torre dos Clérigos, a multidão a passar na Rua de Santa Catarina, o frenesim de carros a circular à volta da Avenida dos Aliados, a Ponte de D. Luís I cheia de luz à noite, reflectida esta no Rio Douro, juntamente com a Lua...

A sala de Espectáculos (ou Equipamento Cultural, como agora se chama) foi o Auditório de Espinho, que conta com programação anual regular há já bastante tempo.

O concerto foi imenso, deslumbrante, revivi imensas memórias e passagens da minha vida, por exemplo, uma cadeira em Budapest, do ano passado, onde fui estudando a peça de Ravel transcrevendo, ao piano, a partitura orquestral. A (boa) música francesa sempre me despertou infinitos pensamentos. Talvez da minha vida passada na parte francesa da Suíça...

União perfeita de respirações, ataques, entradas, condução de frase, como se tocassem de olhos fechados. Faziam "jogadas" simples mas exactas de pedal. Ainda gostei mais quando trocaram de posição, passando o Luís para o registo agudo do piano. Tornou-se mais intenso, mais libertador.

Numa palavra, este concerto/experiência artística foi Belo.

A última vez que os tinha ouvido foi numa audição da classe do Professor Miguel Borges Coelho, há mais de ano e meio, em que também tocaram muito bem.
Estão de Parabéns.

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"(...) as leis não têm força contra os hábitos da nação; (...) só dos anos pode esperar-se o verdadeiro remédio, não se perdendo um instante em vigiar pela educação pública; porque, para mudar os costumes e os hábitos de uma nação, é necessário formar em certo modo uma nova geração, e inspirar-lhe novos princípios." - José Acúrsio das Neves