segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Das Cheias da Tailândia

in Combustões
Os governos representativos são coisa bonita, mas não resistem à mínima contrariedade. Pergunto-me para que servem esses parlamentos amadores, com 200, 300 ou 400 deputados reunidos em permanência – com as suas comissões parlamentares, as suas auditorias, os discursos de facção, as oposições – se não conseguem responder a solicitações tão básicas como o fornecimento de água potável e um prato de arroz a milhões de pessoas afectadas por uma calamidade natural. Sim, como no Antigo Regime, deviamos ter uns Estados Gerais de dez em dez anos, um governo escolhido e devidamente vigiado por um funcionalismo público especializado e pouco mais.
Ausência de governo representativo ? Não, porque no Antigo regime havia as liberdades que obrigavam o Estado a não ultrapassar os seus limites, havia os parlamentos regionais, as comunas e os corpos sociais sempre atentos à mínima tentação controleira do governo central. As pessoas clamam por liberdade – o mais precioso dos bens – mas começam a desesperar da intolerável inépcia daqueles que, embora eleitos, já não conseguem esconder a escancarada mentira de uma inutilidade prejudicial.

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"(...) as leis não têm força contra os hábitos da nação; (...) só dos anos pode esperar-se o verdadeiro remédio, não se perdendo um instante em vigiar pela educação pública; porque, para mudar os costumes e os hábitos de uma nação, é necessário formar em certo modo uma nova geração, e inspirar-lhe novos princípios." - José Acúrsio das Neves