tag:blogger.com,1999:blog-7103933500600874002024-03-05T02:58:19.573-08:00o espectador portuguez"Il n'existe que trois êtres respectables: le prêtre, le guerrier, le poète. Savoir, tuer et créer" - BaudelaireManuel Marques Pinto de Rezendehttp://www.blogger.com/profile/18265528253922767869noreply@blogger.comBlogger640125tag:blogger.com,1999:blog-710393350060087400.post-60398628360531645132021-07-15T14:26:00.003-07:002021-07-15T14:27:01.072-07:00A lei da Katana<p> Em 2018, eu e o Guido Bruno produzimos esta pequena peça para o jornal O Diabo, sobre a África do Sul. Parte desta investigação saiu mais tarde no Primato Nazionale, assinado pelo Guido.</p><p>Não foi preciso andar infiltrado. Reportamos aquilo que qualquer um, com o mínimo de curiosidade e sentido de missão, reportaria. A insegurança da comunidade boer, o radicalismo sanguinário do neo-marxismo africano. O país, na altura, não quis saber.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoudX-eNXh6jSgz8S8_KzO1sIkta6OMZ_a7kkzHE7OM-yJO4zfAapLkGABHplbnfhMBIEk5O7V-MpyT-viSlO6jg190nclJJvOBN2gdU-jYK-RojeQjAvY3KHS5V8Kr-960y-JYuVJeHs/s1391/Screenshot_20210715-221929_Adobe+Acrobat.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1391" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoudX-eNXh6jSgz8S8_KzO1sIkta6OMZ_a7kkzHE7OM-yJO4zfAapLkGABHplbnfhMBIEk5O7V-MpyT-viSlO6jg190nclJJvOBN2gdU-jYK-RojeQjAvY3KHS5V8Kr-960y-JYuVJeHs/s320/Screenshot_20210715-221929_Adobe+Acrobat.jpg" /></a></div> <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFd2HXQvkbOJcfE8HP0z7HSju_fJSAPqvBcS6oonRl6-vTxZhLko-o4zZoNhzRN9TWOBficDYMw5xFfufUcM-wE2OEGVUvJ3QBusninSqpfEhQrTCMEt3nx2Phr-koo27HP2HUR5BU3mM/s1384/Screenshot_20210715-221935_Adobe+Acrobat.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1384" data-original-width="1061" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFd2HXQvkbOJcfE8HP0z7HSju_fJSAPqvBcS6oonRl6-vTxZhLko-o4zZoNhzRN9TWOBficDYMw5xFfufUcM-wE2OEGVUvJ3QBusninSqpfEhQrTCMEt3nx2Phr-koo27HP2HUR5BU3mM/s320/Screenshot_20210715-221935_Adobe+Acrobat.jpg" /></a></div><br /><p></p><p dir="ltr" id="docs-internal-guid-f1a378ec-7fff-2c23-2c7e-ec957c7107d1" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">O fim de um sonho – a luta dos agricultores sul-africanos contra o ódio racial</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Por Manuel Rezende</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-weight: 700; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Passados cinco anos desde a morte de Mandela e o sonho de uma nação arco-íris já está a desabar na África do Sul. Uma população divida, tensões raciais rampantes e uma crescente cultura de violência contra a população branca marcam a última década daquela que já foi a mais próspera nação africana. A demissão de Jacob Zuma, ex-presidente sul-africano e ex-líder do partido ANC e a eleição de Cyril Ramaphosa, o novo caudilho do ANC, não contribui para esclarecer as dúvidas quanto ao futuro do país.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">7 novembro de 2016, Newcastle, província do KwalaZulu-Natal, na África do Sul, Julius Malema (“Juju” para os seus apoiantes), presidente do partido marxista-leninista EFF (Economical Freedom Fighters) e autor do Manifesto “The Coming Revolution” discursa perante os seus militantes. Está de fato e gravata e acabou de se apresentar no tribunal da mesma cidade para responder a acusações de incitação ao ódio e à ocupação hostil das terras dos agricultores brancos.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">O que ficou gravado pela televisão nacional, a SABC News, ficou registado para a história e está disponível em formato digital no Youtube – Juju Malema explica a uma massa trajada de vermelho o que vai ser o futuro da África do Sul. Este futuro não passa por Zuma, não passa pelo ANC, não passa pela paz nem pelo compromisso, não passa pelos brancos. A república constitucional já não existe, o parlamento é corrupto, logo a decisão dos tribunais já não é válida nem aplicável. A revolução seguirá em frente, o homem branco vive demasiado confortável há demasiado tempo. “Não estamos a apelar ao massacre da população branca” afirma, “pelo menos não por agora”, seguindo-se à polémica constatação uma geral risada. A acompanhar a arenga às massas, uma multidão sedenta por sangue, vestida na mesma cor, em danças coreografadas a gesticular o cortar de gargantas e o disparar das AK-47.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Os radicais do EFF notabilizam-se pela sua posição extrema em relação à expropriação das terras dos agricultores brancos, mas não são os únicos no país. Entre os grupos mais violentos, o BLF (Blacks First Land First), capitaneado por um dissidente do EFF, Andile Mngxitame, advoga meios ainda mais extremos, organiza ocupações de propriedades e proclama abertamente a inevitabilidade de uma guerra racial.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Enganam-se porém aqueles que julgam que a violação dos direitos dos proprietários é um monopólio dos radicalismos marxistas-leninistas. O eterno partido do governo, o ANC de Nelson Mandela, de Jacob Zuma e agora de Ramaphosa, votou em comício interno no ano de 2017 a necessidade de proceder à expropriação geral sem indemnização. Isso mesmo, não leu mal – a expropriação da classe latifundiária branca deve seguir, urgentemente, em frente e sem o pagamento da devida indemização aos seus proprietários, em nome da redistribuição da terra, da justiça social das classes oprimidas e da imposição da vontade da maioria negra da população. O discurso não é novo e já conheceu nos anos 70 uma versão, com as devidas adaptações, em Portugal.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Mas será que a posição dos brancos na África do Sul é assim tão confortável? A população branca não ultrapassa os 8,1% do total, sendo que deste número a maioria vive em cidades e trabalha no sector terciário. Apenas uma parte desta minoria, cada vez mais desprotegida e cada vez menos representada no parlamento, são agricultores, muitos deles afrikaners, ou seja, descendentes dos grandes movimentos de colonos de ascendência holandesa, inglesa, francesa, alemã, sueca, dinamarquesa, belga e até portuguesa que rasgaram o Trasnvaal e estabeleceram-se essencialmente como agricultores a partir do século XVII e XVIII. Nessas profundezas do sertão africano criaram-se as repúblicas Boers e esta população resistiu corajosamente à aridez do solo, à violência dos campos de concentração genocidas do Império Britânico, à animosidade das tribos indígenas e, mais recentemente, à diáspora criada pela violência racial. Neste momento, os afrikaners são a maioria da população branca na África do Sul e o motor da agricultura nacional.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Povo de gente dura, os agricultores sul-africanos fazem parte do pequeno número de cidadãos pagadores de impostos, numa nação em que 16 milhões de pessoas (30% da população) estão dependentes de gratificações do Estado.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A insustentabilidade da economia sul-africana é reforçada pela escala da corrupção (a expressão “state capture” está generalizada nos media) que colocou todo o aparelho de Estado nas mãos do deposto Jacob Zuma e do clã Gupta, uma família de empresários que enriqueceu às custas do erário público, chegando a contratar a falecida empresa de relações públicas Bell Pottinger para difamar jornalistas que ousem criticar o ANC.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Com vista a extender o seu poder, Jacob Zuma aplicou as técnicas de instabilidade induzida no seio do seu próprio governo, que aprendeu com outros líderes leninistas, como Mao ou Estaline: de 2014 a 2017, nomearam-se 12 ministérios, substituíram-se 125 ministros e procederam-se a inúmeras outras substituições em outros cargos menores, o mais chocante será talvez o cargo correspondente ao de Director Geral da Administração Interna, que já foi ocupado por 180 pessoas diferentes, de acordo com dados do South African Institute of Race Relations.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">O sucessor de Zuma, o ex-sindicalista Cyril Ramaphosa, elemento chave nas negociações pacificadoras de Nelson Mandela e actualmente um dos mais importantes milionários do país (tendo estado à frente da McDonald’s da África do Sul), surge nos media internacionais como uma espécie de salvador da pátria, mas os seus contactos obscuros com outros grupos de interesse, assim como suspeitas em relação ao seu abrupto enriquecimento, levantam muitas reservas em sectores mais cépticos que os dos chamados meios oficiais de comunicação.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Hoje em dia, a África do Sul tem a 5ª maior taxa de homicídios do mundo. A insegurança no país é visível nos números: a força policial de 130.000 agentes não merece a confiança da sociedade, que se viu na necessidade de recorrer a serviços privatidos. O que não é de espantar, uma vez que em 2016 o jornal The South African mencionava o desaparecimento de 6.600 armas das mãos da polícia sul-africana desde 2011. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.7999999999999998; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Cerca de 490.000 seguranças privados estão de serviço no país, desde empresas especializadas até a grupos organizados de cidadãos que guardam a tranquilidade dos seus bairros. O esforço pelo policiamento torna-se quase impossível nas zonas rurais, onde a grande propriedade é a única forma de conferir rentabilidade numa terra que está, correntemente, a passar por uma seca grave. Ou seja, não chega a luta diária contra o clima, os agricultores brancos na África do Sul ainda têm de lidar com uma taxa de homicídios 4 vezes superior à da restante população, sendo que a frequência dos ataques chega a um por dia. Na imensidão da planície africana, mulheres e crianças ficam sozinhas e isoladas durante o dia enquanto os maridos vão tratar da lavoura. A maioria dos ataques ocorrem, ao que parece, nas horas mortas do dia, quando os agricultores chegam do trabalho, apenas para se verem cercados de bandos armados com paus, katanas e armas de fogo. É esta a classe opressora que o governo sul-africano persegue, através da carga fiscal, da corrupção endémica e da culpabilização política de todos os males que afectam o estado. O sonho de Mandela parece ter chegado ao fim, mas o pesadelo dos sul-africanos brancos continua muito vivo e o clima de terror não parece atenuar.</span></p>Manuel Marques Pinto de Rezendehttp://www.blogger.com/profile/18265528253922767869noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-710393350060087400.post-8513893522427958872021-05-23T11:42:00.002-07:002021-05-23T11:42:28.091-07:00Dalila Pereira da Costa, "Raízes arcaicas da epopeia portuguesa e camoniana"<p>Em Creta, uma religião de fundo feminino, ctónico, aquático, haverá, com uma estimativa não-racional da vida, um halo de doçura e não-violência, que ao nível das relações humanas, colectivas e históricas, se revelaria pela forma como foi levada a cabo uma talassocracia.
Cultura e religião marcadamente matriarcal e telúrica, toda ela surgirá dum carácter profundamente emotivo e passional: esse carácter levando a alma dos homens ao limite do extático, como ponto de transcensão do humano e terrestre. Segundo o testemunho de Diodoro, a religião dos cretenses, adoptava a forma das religiões de 《mistérios 》, que, posteriormente, os gregos arianos haveriam de repudiar. E será essa religião a que na Grécia, se prolongará pelo orfismo, culto de Dionísio e culto de Deméter em Elensis. Preferentemente realizando-se entre deuses e homens, vida e morte, passado e futuro, terra e céu, uma relação mais pelo sentimento do que por actos formais e pela abstracção - o destino dos homens nunca sendo desligado do destino dos deuses que, como filhos da terra e do céu, serão passíveis de nascimento, paixão e morte: essa solidariedade realizando-se entre o céu e a terra, nos liames duma religião de salvação.
Será esse fundo pré-helénico, como cosmovisão e experiência da vida articulada numa estrutura perfeita, complexa e coerente, toda ela criando uma específica idade e civilização dos homens, a Idade do Bronze mediterrânica, aquela que os aqueus, ao transportarem-na para o continente, haveriam de posteriormente preterir e depois os dórios, substituir de todo por uma religião patriarcal e urânica sob a égide de Zeus, depois na época greco-latina, fundamentalmente racionalizada, humanizada, formal e desmistificada.</p><p>Mas na Europa, outro espaço teria havido, comsagrado para perseverar a herança duma civilização matriarcal pré-ariana e de sua religião: para além de Eleusis, da Grande-Grécia, Sicília, Trácia, Golfo de Sirte... como outro espaço depositário e depois ainda transmissor dessa herança, surge a 《ocidental praia lusitana》: como espaço limite da Europa, 《onde a terra se acaba e o mar começa》, situado sobre um abismo, o do mar primordial, Mar Tenebroso; sobre ele e depois para além dele, Portugal teria aqui preservado uma alma antiga, de todo destruída ou negada no resto do Ocidente: e depois a teria feito transitar, a mesma a outra, porque transmutada, para além desse mar.</p><p>Será o carácter duma civilização pré-indo-europeia, aquele que marcadamente se continuará e comfirmará em toda a Tradição em Portugal e sua expansão no Mundo.</p><p>Perseverando no extremo do Ocidente e depois por si levando a todos os continentes uma religião naturalista, mas a um tempo unindo imanente e transcendente, evoluída e envolvida num alto e complexo simbolismo, tal como aquela uma vez criada em Creta, surgindo no seu todo ainda como uma religião estruturada sob a égide da Mãe-Divina como poder supremo sobre o mundo animal, vegetal e dos homens, dos mortos e dos vivos, do céu e da terra e dos infernos, e em que o terror da morte fora abolido por uma visão totalizante e amante da vida - serão esses os sinais testemunhados na antiga civilização pré-helénica, os que, semelhantemente, marcarão ainda outra civilização e talassocracia, agora a partir, não do Mediterrâneo, mas do Atlântico, a lusíada. E fundando-se ainda, no período do seu esplendor, na amenidadr e fraternidade entre os homens, sob a protecção da Virgem e do Menino Redentor - como novas formas da Grande-Deusa e da Criança Divina.</p>Manuel Marques Pinto de Rezendehttp://www.blogger.com/profile/18265528253922767869noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-710393350060087400.post-89322706557620823682021-04-04T16:26:00.002-07:002021-04-04T16:26:54.557-07:00As influências semíticas no culto do Sol Invictus<p> "Durante a anarquia do século III, o movimento que tendia a divinizar o Imperador em vida acentuara-se. Todos os Príncipes desse tempo se faziam representar nas moedas com uma coroa resplandescente na cabeça, o que exprimia a pretensão de serem considerados divindades solares. É muito provável que esta ambição, já sensível em Nero - e da qual podemos distinguir marcas no apolonismo de Augusto - se tenha visto reforçada, sobretudo depois de Elagábalo, pelos Severos, cujas ligações sírias explicam o misticismo e atracção particular pelo deus Sol de Emeso. Aureliano criara oficialmente em Roma um culto do Sol, cujo templo magnífico ultrapassava em extensão o das velhas divindades nacionais. Nessa época, o Sol, astro benéfico por excelência, é o grande deus da religião sincrética em que se misturam crenças masdeístas e semíticas e o Imperador, identificando-se com ele, afirma-se como Pantocrator, senhor do universo, de todo o cosmo."</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifybxuUSCRIUGvnMMXwxdqtkVm-mVL36XwnRDZUQiM1XgD557oQTZ_RwhxyohVL1biLfHdzjGjADOQmWWtYvmytKxSBsklThfwMwFQQXrSRmAucuH2XiYNKfwNZ4p2PnstlsBxCkCIagM/s2048/IMG_20210405_002402_151.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1624" data-original-width="2048" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifybxuUSCRIUGvnMMXwxdqtkVm-mVL36XwnRDZUQiM1XgD557oQTZ_RwhxyohVL1biLfHdzjGjADOQmWWtYvmytKxSBsklThfwMwFQQXrSRmAucuH2XiYNKfwNZ4p2PnstlsBxCkCIagM/s320/IMG_20210405_002402_151.jpg" width="320" /></a></div><br /><p><br /></p><p>Pierra Grimal (A Civilização Romana)</p><p><br /></p><p>Na imagem: apesar de o culto ao deus Sol já existir em Roma desde os tempos da República, foi Aureliano que instituiu o culto do Sol Invictus incutindo-lhe elementos do culto de Malakbel (aramaico para "mensageiro de Baal"), deus-sol dos povos semitas nabateus, aqui visível à direita, contextualizado na tríade divina que o acompanha, o deus lunar Aglibol e o deus celestial Baalshamin.</p><p>Estela encontrada em Palmira, datada do século I d. C.</p>Manuel Marques Pinto de Rezendehttp://www.blogger.com/profile/18265528253922767869noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-710393350060087400.post-4448914551591340292020-11-08T21:10:00.006-08:002020-11-08T21:10:54.781-08:00O Terrorismo e a Cobardia<p> </p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">1. O Terrorismo<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Esta semana lembrei-me da história
do aristocrata polaco que descrevia aos seus amigos o saque que as tropas
soviéticas haviam feito ao seu solar. A biblioteca queimada, obras de arte
destruídas, tudo em nome do vandalismo da tropa fandanga. Tudo isso o nobre
polaco entendia, pois também tinha sido soldado e esses desmandos não lhe eram
estranhos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Aquilo que o chocou e
humilhou até às lágrimas foi o terror infligido pela pura maldade da ocupação
soviética: uma estátua da Virgem Maria decapitada e com as mãos decepadas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">A destruição do sagrado
pela tropa de choque do laicismo é agora feita nas escolas pelos autómatas a
que chamam, para gáudio dos fingimentos, de “professores”, repetida pelos alunos
nas ruas das cidades e no saque das Igrejas e na destruição dos lugares
sagrados.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Samuel Patty, o professor
decapitado em França por um muçulmano salafita, era um desses autómatas. Tinha
mostrado na sua sala de aula os tais cartoons desinspirados que um cartoonista
dinamarquês fez sobre o profeta Maomé, o profeta do Islão. Assim como para um
católico a Virgem Maria é a imagem da pureza e da generosidade, a Mãe Divina de
toda uma comunidade religiosa, também o Profeta é o elo de nobreza e virtude
que une os pilares do Corão e, por conseguinte, a fibra moral das famílias e
das comunidades islâmicas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">O laicismo que cortou os
braços à virgem na Polónia foi o mesmo que desonrou o Profeta na Dinamarca. É o
laicismo destructivo que pretende demolir tudo o que é sagrado e reduzir os
Homens a um ideal e a riqueza do mosaico das Tradições pelo betão ateu. A morte
de Samuel Patty é a morte do ideal iluminista, Ideal esse claramente
insuficiente para os Povos que mantêm como seu direito inalienável a religião
dos seus antepassados.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Esse laicismo radical
cumpre-se na Revolução Universal, na imposição dos seus valores a todos os
povos da Terra. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">A sua morte é também a
morte do multiculturalismo, a utopia que propõe criar, sobre os ombros de
diferentes culturas, uma “super-cultura” cujos ideias sejam seguidos por todos.
Uma “super-cultura” que mais não é do que a Boa Nova do Laicismo, propagada a
todos os povos, uma espécie de Culto Imperial dos tempos modernos. Como dantes
Roma permitia a liberdade de culto, desde que as religiões locais se vergassem
ao culto dos imperadores romanos, também o laicismo permite a “liberdade
religiosa”, desde que os valores laicos se lhe sobreponham.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Ironicamente, o terrorismo
islâmico é um subproduto dessa cultura nascida a Ocidente. O Islão foi
importado para a Europa em grandes quantidades com o fim de afogar o
cristianismo, sob o disfarce de um diálogo interreligioso que pretendia
confundir as diferenças entre cada religião e a sua fusão numa teologia de
ecumenismo oco, numa religiosidade subserviente aos valores desse mesmo
laicismo. Agora insurge-se o islamismo salafista na reacção mais radical aos
“valores ocidentais” e escolhe como alvo não só o cristianismo mas também,
irónicamente, o laicismo que ainda o protege.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">2. A Cobardia<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Que tipo de homem é que avança
para matar outro, com uma faca na mão, quando este se encontra desarmado? Que
honra se terá feito ao Profeta com a morte um pobre professor assustado? Que
honra terá o Profeta ou o seu Deus recebido com a decapitação de uma senhora
idosa numa Igreja em França? E do esfaqueamento de outras pessoas? E de tantas
outras violências contra pessoas indefesas?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Só nos prova que o Islão
destes “radicais” é um Islão de cobardes. Que um homem tenha a morte no olhar,
compreendo. Agora que levante a mãe em fúria para quem não se sabe ou pode
proteger? Isto é pior que terrorismo, é cobardia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Georgia",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Que homem pode destruir um
crucifixo, ou decapitar uma estátua da Virgem, ou desgraçar para sempre uma
imagem com a Senhora segurando o Menino nos braços, a forma mais pura da ternura
familiar? Que homem queima uma Igreja, onde se baptizam crianças, onde mães e
pais acompanham os seus bebés e apresentam-nos perante Deus e os seus? Onde as
famílias nascem no casamento e onde nos despedimos dos que partem nos funerais?
Isto é pior que terrorismo, é cobardia.<o:p></o:p></span></p>Manuel Marques Pinto de Rezendehttp://www.blogger.com/profile/18265528253922767869noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-710393350060087400.post-54881811675938039712020-10-07T06:10:00.000-07:002020-10-07T06:10:08.518-07:00Fratelli Tutti<p> A encíclica papal Fratelli Tutti constitui um dos mais interessantes exercícios de doutrina social da Igreja e um dos documentos mais corajosos da Santa Sé.</p><p>A menção às consequências negativas da exploração capitalista, aos sofismas populistas que hoje em dia passam por "alternativas políticas", não são novidade no discurso do papa e são advertências que os cristãos devem ouvir e receber.</p><p>O papa recorda-nos das nossas velhas tradições jurídicas e afasta-nos para longe do individualismo liberal, que considera a propriedade privada como base da nossa civilização, trazendo-nos de volta aos princípios basilares herdados de Roma e Jerusalém:</p><p><br /></p><p>"Nesta linha, lembro que «a tradição cristã nunca reconheceu como absoluto ou intocável o direito à propriedade privada, e salientou a função social de qualquer forma de propriedade privada».[95] O princípio do uso comum dos bens criados para todos é o «primeiro princípio de toda a ordem ético-social»."</p><p><br /></p><p>O documento leva-nos a reflexões importantes, como a que cada país deve chegar ao seu modelo de desenvolvimento e que não deve haver apenas um modelo, o modelo anglo-saxónico de capitalismo liberal ou o modelo germânico de socialismo de estado, a prevalecer:</p><p><br /></p><p>"Alguns países economicamente bem-sucedidos são apresentados como modelos culturais para os países pouco desenvolvidos, em vez de procurar que cada um cresça com o seu estilo peculiar, desenvolvendo as suas capacidades de inovar a partir dos valores da sua própria cultura."</p><p><br /></p><p>No capítulo da defesa dos refugiados e dos desprotegidos, recordou-nos o Papa do dever de cada um no auxílio ao Próximo e no debelar dos grandes sofrimentos causados pelas guerras e pelas fomes, mas o Papa foi mais longe que qualquer comunicado oficial ao recordar o mal do tráfico humano perpetrado por muitas das ONG que se dizem humanitárias:</p><p><br /></p><p>"Traficantes sem escrúpulos, frequentemente ligados a cartéis da droga e das armas, exploram a fragilidade dos imigrantes, que, ao longo do seu percurso, muitas vezes encontram a violência, o tráfico de seres humanos, o abuso psicológico e mesmo físico e tribulações indescritíveis»."</p><p><br /></p><p>Não é todos os dias que vemos reconhecida, em público, a existência destas organizações envolvidas no tráfico de migrantes.</p><p>Outro ponto interessantíssimo e vanguardista é o reconhecimento da presença dos lobbies de Silicon Valley no controlo da informação:</p><p><br /></p><p>"Não se pode ignorar que «há interesses económicos gigantescos que operam no mundo digital, capazes de realizar formas de controle que são tão subtis quanto invasivas, criando mecanismos de manipulação das consciências e do processo democrático."</p><p><br /></p><p>E se muitos acreditam que o Papa promove uma agenda de autodestruição, deixo aqui outras citações:</p><p><br /></p><p>"Não se trata daquele falso universalismo de quem precisa de viajar constantemente, porque não suporta nem ama o próprio povo. Quem olha para a sua gente com desprezo, estabelece na própria sociedade categorias de primeira e segunda classe, de pessoas com mais ou menos dignidade e direitos."</p><p>"Também não estou a propor um universalismo autoritário e abstrato, ditado ou planificado por alguns e apresentado como um presumível ideal para homogeneizar, dominar e saquear. "</p><p><br /></p><p>Muitas outras coisas podiam ser ditas deste documento, um documento que combate as mentiras do liberalismo, do progresso imparável, do domínio da tecnologia sobre o homem e assume as verdades cristãs da Piedade e do Amor sobre todas as coisas. </p><p>Para mim, que o li, aconselho aos que não o leram, que o façam com olhos de ler, não com olhos de criticar. É difícil, tal a poluição literária que nos invade, mas é um exercício possível a mentes honestas.</p>Manuel Marques Pinto de Rezendehttp://www.blogger.com/profile/18265528253922767869noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-710393350060087400.post-7010095565246658942020-08-10T10:23:00.006-07:002023-03-18T02:56:14.808-07:00O Municipalismo entre Teixeira de Pascoaes e António Sardinha: Mitologias e Identidades<p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
palavra cantada – Pátria e Memória na poesia de Pascoais e Sardinha<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Como
alguns dos leitores mais velhos devem recordar-se, a lareira ocupou em tempos
um lugar proeminente na composição da sala e no quotidiano da família
portuguesa. As lareiras desempenhavam a função essencial de aquecer casas,
corpos e corações, facilitando a criação de um lar e comida quentes. Era também
à volta da lareira que muitas famílias se reuniam para, especialmente nos dias
mais frios do ano, conviver, relatar as façanhas do dia-a-dia, relembrar as
velhas glórias, aconselhar os mais novos e acomodar os mais velhos. Hoje em dia,
perante as soluções disponíveis que nos protegem do frio, do escuro e até do
tédio, a lareira vê-se encostada a um canto da sala, quando existe sequer, muitas
vezes para efeito puramente estético, substituída na sua essência pela
alienação egoísta da televisão.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Espaço
místico e simbólico, a lareira é a representação do lar doméstico, local das
primeiras cogitações, das primeiras experiências, dos momentos fundadores de
homens e povos. É Teixeira de Pascoaes quem a define: <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">É
o ambiente da Intimidade profunda, do divino Alheamento, em que a minha alma,
cantando baixinho, parece adormecer alguém que vive afflicto.</span></i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Em ti, ó velha lareira, suja de cinza e
fumo, pelos montes de inverno, eu sinto que vivo, e a sombra que projecto ao
clarão do teu fogo, sorri, voltado para Deus...<a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></b></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></i></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">As
lareiras das casas antigas assistem ao passar das gerações unidas à volta do
fogo, unindo as gerações do presente ao passado, marcando a própria geografia
e, assim, o próprio Poeta:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O fumo das lareiras, no ar, se eleva<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">E toma negro vulto a fria terra.<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">E vejo-a desgastar a minha imagem,<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">E faleço nas sombras da paisagem</span></i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">.<span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span></a></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Sardinha
e Pascoaes<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Qual
é a validade de, nestas primeiras décadas do século XXI, sentar Pascoaes e
Sardinha à mesma lareira, conduzindo o seu diálogo num tom de amistosa
concordância, como se se tratassem de dois anciãos a contar histórias aos mais
novos?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Apesar
das diferenças fundamentais entre o pensamento do fundador do Integralismo
Lusitano e o fundador da Renascença Portuguesa, podemos notar nas suas obras e nos
seus artigos n’<i style="mso-bidi-font-style: normal;">A</i> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Nação</i> e n’<i style="mso-bidi-font-style: normal;">A</i> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Águia</i>, respectivamente os órgãos de
comunicação oficiais dos movimentos que encabeçavam, assim como noutros jornais
e revistas, vários pontos em comum que uniam os seus nacionalismos. O folclore,
a paisagem e a identidade local estão entre esses ingredientes que ambos
autores propunham como essenciais para reabilitar uma pátria que acreditavam
estar em desesperada necessidade de renascer.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Este
renascimento impunha um retorno às origens, no sentido de voltar ao trabalho da
terra, na memória dos primeiros povoadores da era afonsina<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Voltemos
à raiz! E ao chão lavrado<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Sobre
o que houver de Portugal passado<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Que
Portugal de novo se edifique.<span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></b></span></a></span></span></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O
exercício implica não um retrocesso civilizacional, mas a redescoberta de um
caminho ou experiência de pendor místico e até religioso<a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Parte! Regressa, enfim, ao Paraíso!<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Culltivarás aquela terra antiga<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Com as tuas próprias mãos,
restituindo-a<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Ao primitivo e mágico esplendor.</span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
terra, repleta de significado e de personalidade, ensina ao Poeta os segredos
da Identidade e da Memória, memória essa que não está somente confinada a uma
religião ou a um grupo selecto, mas a um todo que define a comunidade. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Paul
Ricoeur definiu três fragilidades da identidade: a fragilidade face ao tempo,
de onde surge a necessidade do recurso à memória ou ao esquecimento, a
fragilidade face ao outro, de onde surge o contacto hostil e a fragilidade da
herança da fundação violenta, própria, por exemplo, das comunidades nascidas da
guerra, evento que constitui para uns glória e, para outros, humilhação<a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. Sardinha, no poema
Évora-Cidade, procurou um compromisso com o passado da cidade alentejana, para
além das suas raízes cristãs e muçulmanas, num canto que remetesse para a
origem e para a energia continuadora da Raça e para a promessa de um futuro
salvífico e divino<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Sobre o Crescente e a Cruz, atrás do
arado<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A Raça canta sempre e ainda espera.<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Cheia de fé, semeia. E o grão sagrado<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Muda-lhe a esperança em pão abençoado<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Por cada primavera.<a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftn6" name="_ftnref6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[6]</span></b></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Sobe da estepe, quando a relha a
corta,<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Não sei que incerta voz, que enlevo
esparso.<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">É cinza heróica, são ossadas nuas, <o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Toda a grandeza morta,<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Rimando a intrepidez do velho sangue<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Com o furor fecundo das charruas.<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">(...)<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Deus quis-te bem, ó Évora-cidade!<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Serás na eternidade<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A salvadora mística do Mundo<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A mística Jerusalém terrestre!<span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftn7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[7]</span></b></span></a></span></span></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Vale
a pena ter em conta este aspecto de mestiçagem, mesmo num autor que não se
coibiu, em outros escritos, de criticar a mistura entre raças. Em Sardinha, a
palavra Raça tem muito de étnico, mas nem por isso o Amor, naquilo que o
cristianismo lhe emprestou de universal, se deixa de manifestar na sua poesia<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">De manhãzinha<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Irão casar moiras e cristãos.<span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftn8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[8]</span></b></span></a></span></span></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
Terra, a Paisagem. Elementos de um todo superior, de uma pátria que está para
além dos símbolos mais óbvios, mais toscos, dos regimes políticos e das
religiões estabelecidas. Elementos que estão vivos – não servem apenas para ser
cantados, brandidos como um escudo. São forças que falam, mas que também ouvem.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Árvores da minha aldeia,<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Eu quero-vos contar a minha História,<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Quando vem do Marão a lua cheia<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Do fio luz marmórea.<a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftn9" name="_ftnref9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[9]</span></b></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Há certos sítios da alma consagrados<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">E da tua lembrança alumiados<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">É ali que vou rezar as minhas preces.<a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftn10" name="_ftnref10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[10]</span></b></span><!--[endif]--></span></span></a></span></i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 241.5pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O
crescente mal-estar que percorre a europa, ao longo da fase final do século
XIX, numa onda de descontentamento face às instituições liberais que se
popularizaram um pouco por todo o velho continente desde o ínicio de século,
levou à procura de novas soluções para ultrapassar os defeitos e obstáculos que
maculavam os sistemas políticos filhos da Revolução Francesa.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O
municipalismo constituiu uma das principais componentes teóricas dessas novas
doutrinas políticas que surgiam ou ressurgiam, com novos paramentos, com
especial incidência em França, transmitindo-se rapidamente aos países ibéricos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>No
caso português, o municipalismo surge como um importante elemento no comentário
e na oposição ou aceitação das sucessivas reformas administrativas que, nos
anos de 1836 1842, 1870, 1886, 1892, 1896 e 1900, sucessivamente se aplicam no
espectro da Monarquia Constitucional. Independentemente do comentário que os
autores municipalistas ou centralizadores fizeram a estes documentos legais,
que entre si representam diferentes tendências na forma de reordenar
administrativamente o território, um dos principais argumentos entre os
municipalistas passa pelo passado traumático da transição da Monarquia
Tradicional para a Liberal, onde a aplicação de novos paradigmas
jurídico-políticos levaram a que o número de concelhos no Portugal Continental
e Ilhas se visse reduzido de 796 para 351, assim como à construção de novas
realidades no âmbito da administração local, o Distrito e o Governo Civil, que
conheceram até aos anos 50 do século XIX uma forte oposição popular.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Assim,
o municipalismo recolhe os apoios de todos os quadrantes ideológicos que se
opõem às fundações do regime inaugurado a 1834, com a tónica comum de que este
procurou enxertar no país um conjunto de instituições estrangeiras que estão em
desacordo com a estrutura psicológica, social, religiosa e moral dos
portugueses. Vemos então autores de diferentes partidos e causas, do miguelista
Pinho Leal ao “socialista catedrático” Oliveira Martins, da Cartilha
Republicana à A Nação, a defenderem uma nova organização territorial que tenha
em conta as peculiaridades de um povo, não só do ponto de vista histórico, como
religioso, étnico, social, psicológico, etc<a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftn11" name="_ftnref11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[11]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Dois
municipalismos<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Na
sua Teoria do Município, António Sardinha lança o seu testemunho mais completo
daquilo que, na sua concepção, é a justificação e a orgânica de uma organização
municipalista em Portugal. Continuador de uma perdida tradição medieval, este
municipalismo é anti-capitalista, anti-individualista e anti-democrático.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O
municipalismo de Pascoaes encontra-se esparsamente entre a sua obra e assume um
carácter igualmente identitário - “o fim da Renascença lusitana é combater
influências nefastas ao nosso carácter étnico, inimigas da nossa autonomia
espiritual”, preconiza um ideário colectivista e comunitário e alimenta-se,
também, da memória de uma “democracia medieval”. Assume um papel político mais
relevante, uma vez que em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Arte de Ser
Português</i>, Pascoaes admite a possibilidade de os municípios elegerem, em
órgão colegial, os Presidentes da República.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Podemos,
assim resumir os pontos que unem estas duas teorias municipalistas: apelam à
renúncia de modelos estrangeiros, preconizam um modelo ligado ao carácter
específico do povo português e vêm a participação activa na política municipal
como o espaço privilegiado do cidadão.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O
problema histórico<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A
visão municipalista comunga de valores partilhados com o corporativismo – mesmo
entre os autores liberais que, defendendo um estado descentralizado, não
preconizavam um retorno ao modelo social de ordens ou estamental do Antigo
Regime e da Idade Média período no qual estas ordens (os parlamentos, as
corporações, os estados provinciais, etc.) existindo paralelamente ao
absolutismo, reconhecem ao imperador (ou ao rei) uma autoridade divina<a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftn12" name="_ftnref12" style="mso-footnote-id: ftn12;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[12]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Se
no Absolutismo vemos uma progressiva centralização do poder político, esta
encontrava-se sempre limitada pela importância do direito consuetudinário e
pela própria doutrina jurídica milenar europeia. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O
recrudescimento do poder oligárquico nas municipalidades do mundo
mediterrânico, ao longo do século XVIII, quando muito, demonstra a dependência
da Coroa perante aqueles que detêm o controlo direto e efetivo dos concelhos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Portugal,
até ao século XIX, assiste ao bipolarismo Rei/Câmaras, as duas forças políticas
do Reino, uma tendo por horizonte um poder absoluto, ainda que conte com
insuficientes meios para tal demanda, a outra, ainda que muitas vezes decisiva,
fragmentada<a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftn13" name="_ftnref13" style="mso-footnote-id: ftn13;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[13]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
e ferozmente a-regional. Em Castela, tal como cá, cada município constituía um
“universo cerrado”<a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftn14" name="_ftnref14" style="mso-footnote-id: ftn14;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[14]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Permanecerão
nas diferentes unidades territoriais, sem grandes riscos para as grandes
monarquias, persistentes valores não-estruturais, como os culturais e os
simbólicos. Sem grande risco? A intimidade dos valores fertiliza o terreno para
os compromissos e para as convenções sociais – invisíveis, espontâneos, escapam
ao controlo da eficácia periférica da coroa. O poder não oficial das <i style="mso-bidi-font-style: normal;">picole patrie</i>, pujante na ausência do
poder oficial, mantém-se próspero no vazio deixado pelo direito letrado<a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftn15" name="_ftnref15" style="mso-footnote-id: ftn15;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[15]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O
Municipalismo e a inevitável estadualidade<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A centralização e o
triunfo da estadualidade e da sua estrutura burocrática fez-se articulando-se a
Instituição, o Aparelho, com o jogo da variabilidade geográfica, económica e
sócio-política, do comportamento cultural e religioso, ideológico, patriótico e
militar. Lentamente o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">estado</i> conduz a
autonomia local para o exercício de funções instrumentais para a administração
estatal<a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftn16" name="_ftnref16" style="mso-footnote-id: ftn16;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[16]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>, triunfando totalmente
sobre as resistências dos direitos locais ao longo da Era Revolucionária.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A
municipalização proposta tanto por Pascoaes como por Sardinha são sintomáticas
deste triunfo da estadualidade. Se na Idade Média o concelho é um dos jogadores
num cenário em que os poderes dançam concêntricamente à volta do rei, já estes
municipalismos (saudosista e integralista) se integram, plenamente, nas
estruturas do Estado, pretendem envolver-se com o Estado e preencher o Estado,
substituindo as estruturas alógenas e hostis ao Bem Comum, como os partidos
políticos e as seitas, que o controlam.<o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> PASCOAES, Teixeira de. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Verbo Escuro</i>. Rio de Janeiro: Ed. Álvaro
Pinto, 1923, pág. 59.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> PASCOAES, Teixeira de. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Terra Proibida</i>. Lisboa: Assírio e Alvim,
1997, 243.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> SARDINHA, António. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Pequena Casa Lusitana</i>. Porto: Livraria
Civilização. 1937, pág. 36.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> SOUSA, Maria José Alves. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O nacionalismo em Teixeira de Pascoaes</i>. Porto:
FLUP, Dissertação de Mestrado. 1988, pág. 8.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn5" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> RICOEUR, Paul. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Le Mémoire, L’Histoire, L’Oubli</i>. </span><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ansi-language: EN-US;">Paris:
Edition du Seuil, Septembre 2000, pág. 98<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn6" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftnref6" name="_ftn6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> SARDINHA, António. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Antologia Poética</i>. Lisboa: Guimarães
Editores. 1960, pág. 76.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn7" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftnref7" name="_ftn7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> Idem, pág. 81.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn8" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftnref8" name="_ftn8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> Idem, pág. 88.</span><o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn9" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftnref9" name="_ftn9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> PASCOAES, Teixeira de. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Terra Proibida</i>. Lisboa: Assírio e Alvim,
1997, pág. 220.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn10" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftnref10" name="_ftn10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> Idem, pág. 244.</span><o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn11" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftnref11" name="_ftn11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[11]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> CATROGA, Fernando. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Natureza e História na Fundamentação do
Municipalismo – da Revolução Liberal ao Estado Novo</i>.Estudos em homenagem a
Luís António Oliveira Ramos. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do
Porto, 2004, pág. 415.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn12" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftnref12" name="_ftn12" style="mso-footnote-id: ftn12;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[12]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> LOUSSE, Émille. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">La société d’ancien régime.</i> Louvain:
Éditions Universitas, 1952, pág. 67.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn13" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftnref13" name="_ftn13" style="mso-footnote-id: ftn13;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[13]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> MAGALHÃES, Joaquim Romero. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Concelhos e organização municipal na época
moderna</i>. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra. 2011, pág. 124.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn14" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftnref14" name="_ftn14" style="mso-footnote-id: ftn14;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[14]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> VILLAS TINOCO, Siro. La ciudad,
las ciudades y la monarquía en la Castilla mediterránea. FERRERO MIRÓ, Remedios
(coord.). <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Autonomía Municipal en el mundo
mediterráneo</i>. Ed. Fundación Professor Manuel Broseta y Corts Valencianes,
2002, pág. 251.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn15" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftnref15" name="_ftn15" style="mso-footnote-id: ftn15;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[15]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-spacerun: yes;">
</span>HESPANHA António Manuel, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">As
Vésperas do Leviatã: Instituições e Poder Político. Portugal – séc. XVII</i>,
Coimbra: Almedina, 1994, pág. 455.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn16" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///C:/Users/Utilizador/Desktop/docs.%20manuel/Textos/O%20Municipalismo%20entre%20Teixeira%20de%20Pascoaes%20e%20o%20Integralismo%20Lusitano.docx#_ftnref16" name="_ftn16" style="mso-footnote-id: ftn16;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[16]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-spacerun: yes;">
</span>D’AGOSTINO, Guido<i style="mso-bidi-font-style: normal;">. </i>Tra
politica municipale di stati e monarchia e percorsi di adattamento delle cittá:
Un tema generale di storia europea tardomedievale e moderna. FERRERO MIRÓ,
Remedios (coord.). <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Autonomía Municipal en
el mundo mediterráneo</i>. Ed. Fundación Professor Manuel Broseta y Corts
Valencianes, 2002, pág. 116.<o:p></o:p></span></p>
</div>
</div><br /><p></p>Manuel Marques Pinto de Rezendehttp://www.blogger.com/profile/18265528253922767869noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-710393350060087400.post-30546474106038093532020-05-11T04:12:00.001-07:002020-05-11T04:32:41.367-07:00A maior inimiga<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div>
<div style="text-align: justify;">
24 de Julho de 1759. Kaunitz, diplomata da Imperatriz Maria Teresa d'Áustria, escrevia ao general Daun sobre a necessidade de conseguir mais vitórias contra uma enfraquecida Prússia, humilhada e sangrada em Hochkirch. Dizia Kaunitz, num dos mais importantes documentos do século XVIII, que era vital assegurar uma paz que não custasse a manutenção de um grande exército, uma paz que permitisse aligeirar o fardo dos povos, ao invés de o aumentar com mais impostos e mais contribuições para o esforço de guerra. Este tipo de humanismo, comum na cort<span style="text-align: left;">e de Maria Teresa, era raro na de Frederico da Prússia, o seu maior inimigo.</span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
De facto, Kaunitz via na sociedade militarista da Prússia a maior inimiga da civilização europeia. Viena era a capital de um Império de arte, música e beleza - Berlim era o quartel general de uma dinastia de reis sargento, o centro nevrálgico de uma raça que sonhava em pisar com a sua bota de cavalaria todos os povos da Alemanha e, um dia, todos os povos da Europa.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
A arrogância prussiana foi domada depois de Kunesdorf e a Europa salvou-se durante quase 100 anos.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Kaunitz sabia que em breve a Áustria, e depois todos os reinos da Europa, teriam de adoptar uma forma de governo "à prussiana" para sobreviver aos ataques e às pretensões de uma nação reduzida a viveiro de soldados. Em breve, caso a Prússia não fosse controlada, toda a Europa se veria reduzida à infâmia, à "carga insuportável" de fazer dos seus cidadãos carne para canhão. Ao estadista imperial preocupava-lhe algo mais do que os destinos da Áustria - preocupava-lhe "os destinos da espécie humana".</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
A loucura arrebatadora de Frederico da Prússia no campo de batalha, os erros cometidos em sucessivas derrotas militares e diplomáticas, valeram aos seus rivais austríacos a oportunidade de silenciar este foco de perigo para a paz europeia. Contudo, as sementes do mal já estavam semeadas.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
O absolutismo prussiano instituiu as bases do recrutamento militar universal e obrigatório, mas foram os revolucionários jacobinos franceses que terminaram os moldes desta nova forma de guerra, a Guerra Total, a Guerra Democrática, envolvendo todas as classes sociais, conhecendo apenas a aniquilação total do inimigo.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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<div>
<div style="text-align: justify;">
100 anos após a batalha de Kunesdorf, a Prússia humilhava a França, fazia coroar o seu império em Versalhes e arrancava-lhe uma boa parte do seu território. A botifarra prussiana pensava ainda à moda violenta e brutal dos reis Fredericos. O único elemento aristocrático deste imenso estado bélico-burocrático era a Nobreza terratenente dos Junckers, os oficiais dos exércitos de Berlim. No resto, a Prússia já demonstrava em si o gérmen de socialismo igualitário que viria a brotar nas décadas seguintes.</div>
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<div>
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<br /></div>
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<div style="text-align: justify;">
Depois que Bismarck plantasse as sementes para o suicídio da Europa de 1914-1918, foi a vez de outro admirador confesso de Frederico da Prússia, como bem recordou Dominique Venner, de mergulhar a Europa em mais uma guerra fratricida, em mais um conflito de "tudo ou nada": Adolf Hitler. Este, por ironia cruel da história, austríaco.</div>
</div>
<div>
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<br /></div>
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<div>
<div style="text-align: justify;">
No final, repetiu-se a história: em Valmy (1792) a Revolução Francesa derrotava a Prússia com um exército compulsivamente recrutado, ou seja, utilizando os métodos prussianos com ainda mais crueldade e vigor.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Em 1945, os aliados derrotavam uma Alemanha no jogo que esta havia inventado - o da Guerra Total, o da submissão total dos povos invadidos, o da supressão dos fracos frente aos fortes, lançando no território alemão um terror de pilhagem e violação que só competia com aquela que os próprios alemães criaram na Ucrânia e na Rússia, quando tentaram fazer do Leste da Europa uma terreno limpo, um deserto a ser habitado por uma nova raça de "camponeses soldado".</div>
</div>
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<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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<div>
<div style="text-align: justify;">
O feitiço virava-se contra o feiticeiro.</div>
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<br /></div>
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<div>
<div style="text-align: justify;">
Contudo, em 1759 naquele dia de Julho, tudo isto parecia muito longínquo e a salvação da Europa parecia ainda muito possível, quando Kaunitz escrevia a Daun sobre como haveriam de salvar a espécie humana.</div>
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<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOoB1wdRg_0r0WG693K7P7bvKOUaBJnULALaR0ci3eDmIDqFVe67dCXj0RNE-6a6O516zDHTlsrsHjTjiJaL5p-_fx9IDpFdBWO-GmeMJ_rApx2Yl4C16FCQneLKYLe7GHgcQwhCprlGM/s1600/1280px-Jean-Etienne_Liotard_12.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1586" data-original-width="1280" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOoB1wdRg_0r0WG693K7P7bvKOUaBJnULALaR0ci3eDmIDqFVe67dCXj0RNE-6a6O516zDHTlsrsHjTjiJaL5p-_fx9IDpFdBWO-GmeMJ_rApx2Yl4C16FCQneLKYLe7GHgcQwhCprlGM/s400/1280px-Jean-Etienne_Liotard_12.jpg" width="322" /></a></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<div style="text-align: justify;">
Na foto: Wenzel Anton Reichsfürst von Kaunitz-Rietberg, Príncipe de Kaunitz. Quadro de Jean-Étienne Liotard (1762)</div>
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Manuel Marques Pinto de Rezendehttp://www.blogger.com/profile/18265528253922767869noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-710393350060087400.post-87509277125276364172020-04-09T15:23:00.004-07:002020-04-09T15:24:16.567-07:00He must seek his life in a spirit of furious indifference to it; he must desire life like water and yet drink death like wine. <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
«"He that will lose his life, the same shall save it," is not a piece of mysticism for saints and heroes.<br />
(...)<br />
A soldier surrounded by enemies, if he is to cut his way out, needs to combine a strong desire for living with a strange carelessness about dying. He must not merely cling to life, for then he will be a coward, and will not escape. He must not merely wait for death, for then he will be a suicide, and will not escape.<br />
<br />
He must seek his life in a spirit of furious indifference to it; he must desire life like water and yet drink death like wine.<br />
<br />
No philosopher, I fancy, has ever expressed this romantic riddle with adequate lucidity, and I certainly have not done so. But Christianity has done more: it has marked the limits of it in the awful graves of the suicide and the hero, showing the distance between him who dies for the sake of living and him who dies for the sake of dying. And it has held up ever since above the European lances the banner of the mystery of chivalry: the Christian courage, which is a disdain of death; not the Chinese courage, which is a disdain of life.»<br />
<br />
G.K. Chesterton, "Orthodoxy"</div>
Manuel Marques Pinto de Rezendehttp://www.blogger.com/profile/18265528253922767869noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-710393350060087400.post-54619955322168578612018-06-03T10:59:00.002-07:002018-06-03T10:59:33.554-07:00Não sei que incerta voz<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
«Sobre o Crescente e a Cruz<br />
Atrás do Arado<br />
a Raça canta sempre e ainda espera.<br />
Cheia de fé, semeia. E o grão sagrado<br />
muda-lhe a esperança em pão abençoado<br />
por cada Primavera.<br />
<br />
Sobe da estepe, quando a relha a corta,<br />
não sei que incerta voz, que enlevo esparso.<br />
É cinza heróica, são ossadas nuas.<br />
Toda a grandeza morta,<br />
rimando a intrepidez do velho sangue<br />
com o furor fecundo das charruas.»<br />
<br />
("Antologia Poética". Lisboa: Guimarães Editora, 1960, pág. 76)<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlJ4A9h3VnFSR54hnWTilYSmPCNmwK5i-4ol4Qt2Dc2X-XCuqVD1uGVQGX38agtT7CwLFN7IcE3o_qY4eOig57sywNmNh52dIanrdWDUx6zTnALQpJJVIjUwVVs2zZmIFWGW4X21rVNHg/s1600/m%25C3%25A1scaras.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="659" data-original-width="960" height="436" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlJ4A9h3VnFSR54hnWTilYSmPCNmwK5i-4ol4Qt2Dc2X-XCuqVD1uGVQGX38agtT7CwLFN7IcE3o_qY4eOig57sywNmNh52dIanrdWDUx6zTnALQpJJVIjUwVVs2zZmIFWGW4X21rVNHg/s640/m%25C3%25A1scaras.jpg" width="640" /></a></div>
</div>
Manuel Marques Pinto de Rezendehttp://www.blogger.com/profile/18265528253922767869noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-710393350060087400.post-5392884507641385352018-03-28T07:15:00.002-07:002018-03-28T15:35:03.210-07:00Rodrigo Emílio<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Dia 28 de Março relembramos, no dia da sua morte, a vida e obra de Rodrigo Emílio, poeta-soldado, o último de uma antiga e vibrante tradição que enobreceu a história da Europa e de Portugal.<br />
<br />
Sou do lugar<br />
de certa gente sem par,<br />
oriunda do perigo<br />
e da vigília.<br />
- E o Mar<br />
é o meu jazigo<br />
de família...</div>
Manuel Marques Pinto de Rezendehttp://www.blogger.com/profile/18265528253922767869noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-710393350060087400.post-65513929814162600382018-03-11T15:51:00.004-07:002018-03-11T15:51:59.765-07:00Escamas e machismo<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg25R_bZz6740C3zkSReGlxc2AUqKn6U3FN95hQ81zR89tOHBm6lMfYcnK6azPrnTbC-bIrA_HBRzGPJqvTW5GR-NsRTmWDKEiIlaSjA_O_aGn8nC2uHLnsYfjPMrlEnWO5Bj9kAlUbgbE/s1600/trit%25C3%25A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg25R_bZz6740C3zkSReGlxc2AUqKn6U3FN95hQ81zR89tOHBm6lMfYcnK6azPrnTbC-bIrA_HBRzGPJqvTW5GR-NsRTmWDKEiIlaSjA_O_aGn8nC2uHLnsYfjPMrlEnWO5Bj9kAlUbgbE/s640/trit%25C3%25A3o.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Resumo crítico do filme The Shape of Water (A Forma da Água), de Guillermo del Toro (2017)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Imaginem o Tritão de Sintra metido em bestiais badalhoquices (ou bestialidades badalhocas) com uma muda.</div>
<div style="text-align: justify;">
E todos os personagens masculinos carecem, ao fim e ao cabo, de qualquer tipo de características redentoras. Excepto o homossexual, esse é dos bons.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Classificação final: uma estrela do mar assexuada em cinco estrelas do mar assexuadas. Era melhor ter ido ao festival de cinema feminista da FDUP. Ou talvez não.</div>
</div>
Manuel Marques Pinto de Rezendehttp://www.blogger.com/profile/18265528253922767869noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-710393350060087400.post-38106666979586217732018-03-07T12:00:00.001-08:002018-03-07T12:00:40.339-08:00Moche<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiraBlKr3xAp-PIjFWtWfi4Y5h5znVepM7yjnRxpiM822HsciOtylShyphenhyphen_ZphHoJOyQbmVMwKCCyj0xXXKYtKULZydUP3we9OL0TbtT1K1RvE_4Ii_V8lMS2Hkaa5zFy9Bv-egw1Ro-AE4M/s1600/Le_Combat_des_Trente_%25281857%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="547" data-original-width="1024" height="341" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiraBlKr3xAp-PIjFWtWfi4Y5h5znVepM7yjnRxpiM822HsciOtylShyphenhyphen_ZphHoJOyQbmVMwKCCyj0xXXKYtKULZydUP3we9OL0TbtT1K1RvE_4Ii_V8lMS2Hkaa5zFy9Bv-egw1Ro-AE4M/s640/Le_Combat_des_Trente_%25281857%2529.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<i>O Combate dos Trinta</i>, de Penguilly l'Haridon</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Peleja mítica, evento alto da era da cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
Poupando-se dois exércitos opositores à luta fratricida, trinta mancebos de cada um dos lados da contenta resolvem em santo ordálio a sorte caprichosa da vitória.</div>
<div style="text-align: justify;">
Costume belo e moral, a recuperar para o interesse de todos os bons cristãos e bons portugueses, como forma de desatar diferendos laborais.</div>
</div>
Manuel Marques Pinto de Rezendehttp://www.blogger.com/profile/18265528253922767869noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-710393350060087400.post-86261288980986068672018-01-11T11:00:00.001-08:002018-01-11T11:00:35.204-08:00Let the past die<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://www.firstthings.com/web-exclusives/2018/01/millennials-strike-back-an-esoteric-reading-of-the-last-jedi">The film’s meta-commentary is that the revolutions of 1968 and following accomplished nothing. The boomers endlessly cling to their narrative and rehash their fights under slightly different names, with no real change. It is no wonder that those who want to burn the past are emboldened today, whether on the far left or on the fascist right. And no wonder, too, that in a world still controlled by the boomers, this critique had to be an esoteric one, hidden within a narrative the boomers would love and pay for.</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Millennials Strike Back: An Esoteric Reading of The Last Jedi., de Caleb e Samantha Cohoe</div>
</div>
Manuel Marques Pinto de Rezendehttp://www.blogger.com/profile/18265528253922767869noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-710393350060087400.post-72581249366442271672018-01-04T15:09:00.001-08:002018-01-04T15:09:38.935-08:00Entre as Trevas e a Luz<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
Take the Middle Ages two hundred years after the Norman Conquest and nearly as long before the beginnings of the Reformation. The great cities have arisen; the burghers are privileged and important; Labour has been organized into free and responsible Trade Unions; the Parliaments are powerful and disputing with the princes; slavery has almost disappeared; the great Universities are open and teaching with the scheme of education that Huxley so much admired; Republics are proud and civic as the Republics of the pagans stand like marble statues along the Mediterranean; and all over the North men have built such churches as men may never build again. And this, the essential part of which was done in one century rather than two, is what the critics call “little social or political advance”. There is scarcely an important modern institution under which he lives, from that college that trained him to the Parliament that rules him, that did not make its main advance in that time.</blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://chesterton.wordpress.com/2018/01/03/on-historical-ignorance/">G. K. Chesterton</a></div>
</div>
Manuel Marques Pinto de Rezendehttp://www.blogger.com/profile/18265528253922767869noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-710393350060087400.post-64861104822470490482017-11-22T09:28:00.002-08:002017-11-22T09:31:54.761-08:00Pouco Observador<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><span style="color: blue;">Se aquilo que, durante muito tempo, pode ter-se assemelhado a uma inclinação política e moral para direcções que a clarividência repudia, no momento presente não será absurdo ver em Morrissey apenas alguém que diz o que necessário for para viver à altura da sua reputação de corajoso bardo anti-consensos. Amar os animais e atribuir aos chineses a categoria de sub-espécie, piscar o olho a Marine Le Pen e ao UKIP, associar levianamente terrorismo e imigração, perverter a razão no que ao conflito israelo-palestiniano diz respeito e encontrar justificação e alibi para comportamentos javardos constituem capítulos de relevo de um compêndio já considerável. </span></span></blockquote>
<br />
A crítica aqui citada pode ser<a href="http://observador.pt/especiais/morrissey-o-bom-o-muito-bom-e-o-execravel-vilao/"> lida na íntegra no Observador e vem da pena de Pedro Gonçalves</a>.<br />
Não nos interessa aqui as ideias de Pedro Gonçalves, nem a sua sentença sobre o recente documentário da vida de Morrissey.<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
O Observador surgiu como um jornal de Direita, um modelo jovem e moderno para expor as ideias de um quadrante ideológico que conhece, em Portugal, poucos ou nenhuns meios mediáticos para se exprimir.</div>
<div style="text-align: justify;">
Contudo, a crónica de Pedro Gonçalves exprime na perfeição a verdadeira face do Observador - a face da direita que a esquerda nos permite.</div>
<div style="text-align: justify;">
E a esquerda, claramente, só permite uma direita que não aceite Le Pen, que embarque no discurso da ideologia de género, na cultura de policiamento dos comportamentos, no discurso politicamente correcto.</div>
<div style="text-align: justify;">
Nada de javardices. Só uma direita direitinha.</div>
</div>
Manuel Marques Pinto de Rezendehttp://www.blogger.com/profile/18265528253922767869noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-710393350060087400.post-40125574782063985422017-11-21T03:27:00.000-08:002017-11-21T03:27:11.181-08:00The World State<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Oh, how I love Humanity,<br />
With love so pure and pringlish,<br />
And how I hate the horrid French,<br />
Who never will be English!<br />
<br />
The International Idea,<br />
The largest and the clearest,<br />
Is welding all the nations now,<br />
Except the one that’s nearest.<br />
<br />
This compromise has long been known,<br />
This scheme of partial pardons,<br />
In ethical societies<br />
And small suburban gardens —<br />
<br />
The villas and the chapels where<br />
I learned with little labour<br />
The way to love my fellow-man<br />
And hate my next-door neighbour.<br />
<br />
<a href="https://chesterton.wordpress.com/2012/04/18/the-world-state/">G. K. Chesterton</a></div>
Manuel Marques Pinto de Rezendehttp://www.blogger.com/profile/18265528253922767869noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-710393350060087400.post-3503070724091979552017-11-19T13:49:00.000-08:002017-11-19T13:49:04.411-08:00Uma casa arrumada<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
Se os liberais transportavam um nacionalismo revolucionário, os miguelistas edificaram um "nacionalismo contra-revolucionário", identificando a forte identidade cultural: uma unidade étnica, linguística, religiosa, demarcavam Portugal no contexto Europeu. Ideário determinante, mais do que rei absoluto, D. Miguel aparece como libertador de Portugal. Analisa a este propósito Fernando Campos: "o nosso nacionalismo não precisa de socorrer-se dos mestres franceses da Contra-Revolução, porquanto, graças a Deus, os tem de casa, muito seus, os quais nada devem aos estranhos(...)" (4)</blockquote>
<div>
<br /></div>
<div>
<i>in </i><a href="http://literaturamarginalis.blogspot.pt/2017/11/o-miguelismo-simbologia-e-identidade.html">literatura marginal</a></div>
</div>
Manuel Marques Pinto de Rezendehttp://www.blogger.com/profile/18265528253922767869noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-710393350060087400.post-43603818132793044722017-05-10T11:01:00.001-07:002017-05-10T11:01:35.485-07:00Andanças<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMX4d5BCL0hxQJhyyUu3Vl7jELTTAIiV9iTFigWXqvc4pDL8wnqHBANmqQv_Kw_iI4e8rYwPFl689Y_qR4-1EKiwFxw4hUVFk895koMUA1xP6N__YvNFe4oWuElCz4gyP3tX18Sx3hvSQ/s1600/IMG_1627.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMX4d5BCL0hxQJhyyUu3Vl7jELTTAIiV9iTFigWXqvc4pDL8wnqHBANmqQv_Kw_iI4e8rYwPFl689Y_qR4-1EKiwFxw4hUVFk895koMUA1xP6N__YvNFe4oWuElCz4gyP3tX18Sx3hvSQ/s640/IMG_1627.JPG" width="480" /></a></div>
<br /></div>
Manuel Marques Pinto de Rezendehttp://www.blogger.com/profile/18265528253922767869noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-710393350060087400.post-42024664689851282742017-04-26T13:42:00.000-07:002017-04-26T13:42:36.170-07:00A necessidade de ser monárquico e o Ideal da cavalaria<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Entre as recordações mais vivas que tenho da infância, a velha sala do meu tio José na casa de Tendais é uma das mais recorrentes. O fascínio não era dedicado à mesa em si, mas aos adornos que encimavam a mesma – duas pequenas esculturas de ferro figurando cavaleiros medievais, em posição de ataque, como se se confrontassem numa justa. A alma da casa e do seu velho dono pareciam revolver no mesmo espírito desta cena – as imagens, tal como o meu tio, enchiam a casa de uma dureza, de um rigor frio e velho, uma espécie de inverno branco que, em conjunto com a luz que entrava pelos cortinados da janela, enche as recordações daqueles dias com uma cor que cega.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os corredores gelados da casa de Tendais, especialmente para a mente de uma criança, criaram em mim uma impressão muito forte, que acompanhou na pele os ensinamentos que os homens da minha família, o meu pai, tios e avôs, partilharam comigo. </div>
<div style="text-align: justify;">
Lições de dever, de coragem, de generosidade, de caridade.</div>
<div style="text-align: justify;">
Levei comigo essas palavras e agucei as minhas conclusões ao longo dos anos. Questionei durante muito tempo os valores familiares. Um deles, o mais pitoresco, a tradição monárquica, foi talvez o que mais abalos sofreu. Enfrentei a dúvida que tantos jovens monárquicos enfrentam: porque razão nos devemos bater por uma ideia que mais não é do que uma afirmação estética, uma diferenciação social que, para os que não sofrem do pedantismo snob da suposta velha aristocracia, é mais prejudicial do que proveitoso?</div>
<div style="text-align: justify;">
A verdade é que a Monarquia não é palco para as vaidades da consanguinidade de sangue azul. A Monarquia não é também, ao contrário de tantos cientista políticos, um “atenuador” das lutas partidárias das democracias modernas. Isto não são monarquias, são velhas situações.</div>
<div style="text-align: justify;">
A Monarquia é a conclusão do Pensamento, é a Árvore, e a flor desta Árvore é o ideal da Cavalaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
Numa coisa os democratas da monarquia têm razão: a Monarquia controla a paixão pelo poder dos poderosos. Mas fá-lo porque substitui essa paixão pelo amor ao serviço da Pátria, pelo amor aos feitos corajosos, pelo amor aos mais fracos e desprotegidos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Numa coisa os snobs hemofílicos da monarquia têm razão: a Monarquia enobrece. Mas a Monarquia não enobrece os inúteis e os pedantes, os covardes e irresponsáveis, os que assumem as benesses da sua casta como direitos adquiridos. A monarquia enobrece os que vivem à lei da nobreza. Que nobreza?</div>
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O ideal de nobreza merece ser aperfeiçoado. A nobreza não depende de um canudo universitário ou de um salário milionário – encontra-se em todas as camadas sociais, pertence a todos os grupos profissionais e a todas as actividades que garantem o bem comum na sociedade portuguesa. Encontra-se no estudante que luta por uma bolsa ou por conseguir o dinheiro das propinas, no empregado fabril ameaçado pelo fecho da sua fábrica, no desempregado que todos os dias navega anúncios atrás de anúncios de emprego na Internet.</div>
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Quando tantos e tantos destes homens e mulheres, na sua luta diária, encontram tempo e disponiblidade para dar de si aos outros, é que nos apercebemos que o ideal de cavalaria, aquela dura rigidez do dever, naquela alma de ferro que se demonstra nos mais calorosos actos de amor, de facto existe, mais forte do que nunca, somente à espera de alguém ou algo que lhe dê significado. Esse alguém é, sem dúvida, a monarquia e esse algo é a necessidade de ser monárquico.</div>
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Manuel Marques Pinto de Rezendehttp://www.blogger.com/profile/18265528253922767869noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-710393350060087400.post-77893093310729836662017-04-15T05:22:00.001-07:002017-04-15T05:22:28.073-07:00Até breve, amigo!<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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A generosidade é uma característica própria dos homens corajosos. Contando com a generosidade com que o meu amigo Alberto Corrêa de Barros distribuía tanto sorrisos como sopapos, na sua vertente física e intelectual, posso dizer seguramente que tive a honra de estar presente perante um gigante. Vamos todos sentir a sua falta, Alberto, da sua enorme cultura e dos desafios que nos lançava a sua intrépida atitude e exemplo.</div>
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Alberto Pais de Figueiredo Corrêa de Barros.<br />
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Presente!</div>
Manuel Marques Pinto de Rezendehttp://www.blogger.com/profile/18265528253922767869noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-710393350060087400.post-35619812682357160352017-04-04T10:20:00.003-07:002017-04-04T10:20:46.634-07:00Dicionário de Expressões Populares Portuguesas: Escarrapichar-se<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<b>Escarrapichar-se</b> - Articular as palavras com ênfase ou excessiva meticulosidade; falar afectadamente (Torquel) (CF)<br />
<br />
SIMÕES, Guilherme Augusto. <i>Dicionário de Expressões Populares Portuguesas</i>. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1993, pág. 272</div>
Manuel Marques Pinto de Rezendehttp://www.blogger.com/profile/18265528253922767869noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-710393350060087400.post-71354102119732508512017-04-04T06:26:00.003-07:002017-04-04T06:26:33.767-07:00Já apareceu a bandeira russa na Torre Eiffel?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Ou na Porta de Brandeburgo?<br />
Que dizem os líderes europeus sobre o sucedido?<br />
Onde estão as ondas de solidariedade "internáuticas"?<br />
Os <i>hashtags</i>?<br />
Quem fez as montagens comoventes para as vítimas de São Petersburgo?<br />
Alguém conhece um pianista de ocasião que saiba tocar um <i>Imagine</i>, ou mesmo uma <i>polkazinha</i>?</div>
Manuel Marques Pinto de Rezendehttp://www.blogger.com/profile/18265528253922767869noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-710393350060087400.post-20706506977492511782017-03-22T11:08:00.002-07:002017-03-22T11:08:49.964-07:00Trump, o mundo de ontem que é o mundo de amanhã<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/4xB9qoUFYoE/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/4xB9qoUFYoE?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
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Éric Zemmour : "Donald Trump défend le monde d'hier, qui est le monde de demain"</div>
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Manuel Marques Pinto de Rezendehttp://www.blogger.com/profile/18265528253922767869noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-710393350060087400.post-8712246635137598032017-03-19T15:21:00.004-07:002017-03-19T15:21:55.132-07:00Amendoeira, Castelo Rodrigo<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigBw88rKyF0N0ZAuHGu0oZL4yym1k4mWDMqrQta9W70OlrP0C1wCwiWbhkVnUvz1YO6wFyM4RA5v9f4jCO6LfeZDP5_rsKGgCsIy3wEP1_Xfv7RCzKYKrNJgpdKA7KfTfLtdvraJuoL2A/s1600/IMG_0854.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigBw88rKyF0N0ZAuHGu0oZL4yym1k4mWDMqrQta9W70OlrP0C1wCwiWbhkVnUvz1YO6wFyM4RA5v9f4jCO6LfeZDP5_rsKGgCsIy3wEP1_Xfv7RCzKYKrNJgpdKA7KfTfLtdvraJuoL2A/s640/IMG_0854.JPG" width="480" /></a></div>
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Manuel Marques Pinto de Rezendehttp://www.blogger.com/profile/18265528253922767869noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-710393350060087400.post-85458571960761070742017-03-18T15:48:00.002-07:002017-03-18T15:48:51.400-07:00Eleições à holandesa<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<a href="https://avozportalegrense.blogspot.pt/2017/03/eleicoes-holandesas-2017.html">Mário Casa Nova Martins acertou em cheio</a>, na sua análise sobre os resultados eleitorais na Holanda<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq">
<div style="text-align: justify;">
O VVD passa de 43 para 33 deputados, ganhou!</div>
<div style="text-align: justify;">
O PvDA passa de 38 deputados para 9, ganhou!</div>
<div style="text-align: justify;">
O ‘maldito’ PVV passa de 15 para 20 deputados, perdeu!</div>
<div style="text-align: justify;">
E assim por diante, pode ler-se na imprensa de referência portuguesa e estrangeira.</div>
</blockquote>
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Manuel Marques Pinto de Rezendehttp://www.blogger.com/profile/18265528253922767869noreply@blogger.com