Ontem, dia 23 de Novembro de 2010, pelas 19:30, na Sala 2 da Casa da Música, assisti a um Concerto do "Trio Impressões", composto (minuto 2.05) por Rui Ramos - flautista, Vera Santos - clarinetista e Bernardo Pinhal - pianista.
O programa foi composto, na primeira parte, de uma "Sonatine en trio", Opus* 85, de 1935, dividida em 4 andamentos, de Florent Schmitt; de uma "Aria" de Jacques Ibert, de 1930 e de uma "Tarantella" de Camille Saint-Saens, de 1857.
Na 2ª parte foi tocada uma transcrição de Michael Webster de uma peça orquestral de Claude Debussy "Prélude à l'aprés-midi d'un faune", de 1894 (da obra original) e da Estreia Oficial do "Trio para flauta, clarinete e piano", entre 2009/10 de um excelente compositor e já Professor na minha escola, Daniel Moreira.
Da primeira parte, ficou-me a reter que às vezes algumas passagens de alguns andamentos da primeira peça ficavam muito "apagados", com demasiados pianos súbitos ou demasiada bipolaridade entre motivos efémeros e a estrutura global das frases/dos andamentos. Mas ouvia-se bem toda a brincadeira entre os as passagens de um instrumento para o outro, demonstrando bastante cumplicidade entre eles.
O início da Aria é delicioso, o Bernardo começa já com o andamento perfeito, como se já estivesse a tocar há muito tempo, extremamente à vontade, com a Vera a entrar no timbre certo, com uma cadência muito própria e tocando de cor com o Rui. Foi a melhor interpretação desta peça que já lhes ouvi.
Já com a Tarantella, o pianista arrisca (e bem, porque pode) no ritmo e andamento eloquente e simples com as mesmas notas repetidas sempre de maneira diferente mas sempre claras e caprichosas. O flautista bem fica intimidado ao início mas logo entra na onda. Quando se enganava, o pianista pensava logo adiante, não ficando muito preocupado, embora algumas partes ficassem "meio escondidas" tal era a rapidez e a dificuldade das passagens. O final foi vivo e cheio de intenção de criar boa impressão na audiência.
Na segunda parte, não achei a interpretação da peça de Debussy muito conseguida, mas penso ter sido "culpa" da fraca transcrição, com pouca maleabilidade de proposta de timbres.
Já o Trio Português foi muito bom, tanto a estrutura da peça é equilibrada (parece clássica) como os momentos de maior êxtase/intensidade são bem geridos e delineados pelos vários instrumentistas, parecendo que foi criado mesmo à medida dos intérpretes.
Como encore, retocaram, ainda com mais vivacidade, o último andamento (se não me falha a memória) da 1ª peça da primeira parte.
Merecidamente aplaudidos pelas pessoas que encheram metade da lotação da sala, proporcionaram um excelente concerto. Estão todos a tocar muita bem, o pessoal da ESMAE também achou.
Vale sempre a pena ouvir este Trio.
*Opus significa obra, trabalho, designação assim usada na Música desde, que eu saiba, Ludwig van Beethoven.
Natal em Novembro.
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Comecei ontem à noite e ainda não parei, pois este é, de facto, um livro
apaixonante, onde facilmente ficamos presos, enredados, sequestrados,
ademai...
Há 58 minutos