terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A SULAMITA

Ego dormio, et cor meum vigilat.
Cântico dos Cânticos

Quem anda lá por fora, pela vinha,
Na sombra do luar meio encoberto,
Subtil nos passos e espreitando incerto,
Com brando respirar de criancinha?

Um sonho me acordou… não sei que tinha…
Pareceu-me senti-lo aqui tão perto…
Seja alta noite, seja num deserto,
Quem ama até em sonhos adivinha…

Moças da minha terra, ao meu amado
Correi, dizei-lhe que eu dormia agora,
Mas que pode ir contente e descansado,

Pois se tão cedo adormeci, conforme
É meu costume, olhai, dormia embora,
Porque o meu coração é que não dorme…

Antero de Quental

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"(...) as leis não têm força contra os hábitos da nação; (...) só dos anos pode esperar-se o verdadeiro remédio, não se perdendo um instante em vigiar pela educação pública; porque, para mudar os costumes e os hábitos de uma nação, é necessário formar em certo modo uma nova geração, e inspirar-lhe novos princípios." - José Acúrsio das Neves