d' o corcunda
(...)(...) Isto porque a Maçonaria, quer a teísta quer a ateísta, se funda na compreensão, imediata e não-revelada (sem Graça), de certos segredos do tecido do Universo. Esta visão gnóstica (de onde vem esse culto inevitável da tolerância senão de uma revelação privada?) colide com e subverte a Revelação, que é fundamento do Cristianismo católico, e sobrepõe a esta visão uma principiologia secular. Dispensa para a compreensão do mundo, do Bom e do Justo, a Igreja e o clero.
Já vimos como a Maçonaria é patriótica (quando por pátria entende os seus interesses). Já vimos como é tolerante (com aqueles que se lhe submetem). O Samuel diz, agora, que a Maçonaria é “uma pluralidade de crenças e pertenças onde vários indivíduos podem compaginar-se com esse anticlericalismo e outros não. É um universo simbólico assente na tolerância e pluralismo que não liga com os rótulos profanos e maniqueísmos com que estamos habituados a lidar.”
Em suma, é um sistema de crença na tolerância que tolera quem não adere a esse mesmo valor. Como comecei o meu post anterior, a gente de facto lê, mas nem acredita… Pelos vistos também não liga com o senso-comum ou um módico de razoabilidade.
À ideia maçónica subjaz um princípio Relativista de fundo, a ideia de que não há dogma ou Revelação, que tudo é passível de discussão, que o livre-pensamento é o elemento salvífico do Homem, e a obediência à loja a norma de comportamento. E esse relativismo vem acompanhado do carácter perfectível do Homem. A Maçonaria (todas as maçonarias o fazem) acredita na perfectibilidade do Homem, na capacidade que este tem, em si e por si, de alcançar a sua forma perfeita.
Por isso é que todo este liberalismo que se diz anti-utópico e anti-relativista, mas que aproveita todas as oportunidades para colocar todo o saber, conhecimento e fé à mercê da Vontade Humana, merece um sério olhar. Mas que o não levemos a sério...