quinta-feira, 21 de julho de 2011

Crítica de concerto XII (Festival Internacional de Música de Espinho - II)

9 de Julho, David Geringas - violoncelo / Pedro Burmester - Piano
Primeira Parte:
Johann Sebastian Bach - Suite nº3, BWV 1009 (violoncelo solo)
Gustav Mahler - Canções das crianças mortas (transcrição para violoncelo e piano de Viktor Derevianko)
Segunda Parte:
Franz Schubert - Sonata "Arpeggione", D 821
Robert Schumann - 3 Peças de Fantasia, Opus 73

Extras:
Piotr Tchaikovsky - Nocturno
Peça de outro compositor russo
Rimsky-Korsakov - Voo do Moscardo ("The Flight of the Bumble Bee") - versão piano e cello
Frédéric Chopin - Andamento lento da sonata para piano e cello, Opus 65


Entrada fulgurante do violoncelista, a solo, com muita energia e direcção, revelando os momentos de maior tensão harmónica sem pedantismo. Revelando grande facilidade técnica e gosto/prazer em arriscar no palco, foi uma interpretação muito interessante, diferente mas com estrutura, evidenciada na forma modelar em como se desenrolavam as danças no tempo com seus andamentos próprios e algo voláteis.
Depois, foi a entrada da Morte, uma peça que me fez revirar as vísceras de tão pesada de carácter, expectante procura de chão. A ouvir de novo, completamente só.
Segunda Parte:
Clara demonstração de como um pianista é bom. Tendo este confirmado nos bastidores, não houve um único ensaio igual, o violoncelista fazia tudo diferente, articulações, andamentos, dinâmicas; ele moldava tudo segundo a "sua" inspiração/atmosfera. E o pianista a demonstrar uma enorme segurança, clarividência no encaminhar das frases e uma técnica irrepreensível.
Eram sublimes os seus pianíssimos, o seu contraste para com a fogosidade do violoncelista.
Como extras, momentos para brilharem, para "darem ares" de delicodoce - neste caso, com bom gosto - e uma atitude super descontraída por parte do pianista nos agradecimentos.
O virador de páginas - igual ao concerto anterior - tanto virava em cima da hora como a seguir ficava "horas" de pé à espera. Vestido de forma igualzinha, calças de ganga e sapatilhas, com camisa preta.
Casa quase cheia como um Bloco, com mais pessoas à Esquerda.

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"(...) as leis não têm força contra os hábitos da nação; (...) só dos anos pode esperar-se o verdadeiro remédio, não se perdendo um instante em vigiar pela educação pública; porque, para mudar os costumes e os hábitos de uma nação, é necessário formar em certo modo uma nova geração, e inspirar-lhe novos princípios." - José Acúrsio das Neves