quinta-feira, 16 de abril de 2015

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Cícero a demolir Julius Evola:
"É que a pátria não nos gerou e educou na condição de não esperar de nós como que alimento algum e de, estando ela própria ao serviço da nossa comodidade, fornecer ao nosso ócio um refúgio seguro e um lugar tranquilo para repouso, mas na condição de ser ela a receber os mais numerosos e melhores recursos do nosso espírito, do nosso engenho e do nosso discernimento, e de conceder, para nosso uso privado, somente o que lhe fosse supérfluo.
Já quanto às desculpas de que se servem como justificação para mais facilmente gozarem de ócio, essas não são minimamente aceitáveis. É o caso de dizerem que geralmente singram na carreira política homens que não são dignos de nada de bom, com os quais é sórdido comparar-se e aos quais é deplorável e perigoso fazer oposição, particularmente com a multidão excitada; e que, por esse motivo, não é próprio de um sábio tomar as rédeas quando não pode refrear os insanos e indomáveis ímpetos do vulgo, nem próprio de um homem livre confrontar-se com adversários impuros e desumanos e sujeitar-se ao ultraje das afrontas ou expor-se a injúrias insuportáveis para um sábio. Como se, para homens bons e fortes e dotados de uma alma grande, houvesse mais justa razão para seguir uma carreira política do que não obedecer a ímprobos nem permitirem que por estes mesmos o Estado seja dilacerado quando eles próprios mão estiverem em posição de pestar auxílio ao Estado, mesmo que o desejem."
Marco Túlio Cícero, "Tratado da República, Livro I". Trad. de Francisco de Oliveira. Círculo de Leitores e Temas e Debates, 2008, página 76-77

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"(...) as leis não têm força contra os hábitos da nação; (...) só dos anos pode esperar-se o verdadeiro remédio, não se perdendo um instante em vigiar pela educação pública; porque, para mudar os costumes e os hábitos de uma nação, é necessário formar em certo modo uma nova geração, e inspirar-lhe novos princípios." - José Acúrsio das Neves