Uns lutam pelo direito a ter crianças, como quem quer coleccionar animais de estimação, outros lutam pelo direito das crianças a terem um pai e uma mãe - direito até agora reconhecido pela sociedade e em risco de extinção.
Não há dúvida qual é o lado caprichoso, burguês e voluntarista - não há dúvida qual é o lado verdadeiramente revolucionário, idealista, romântico.
De um lado a libido dos frustrados, do outro a certeza na força do Amor incondicional paterno e materno.
O pensamento pró-aborto comunga das mesmas falhas que a defesa da "desadopção" gay.
Problema: Não há "condições" para criar/ter filhos.
Solução conformista: Permitir o aborto.
Solução construtiva: Criar condições na sociedade que favoreçam e enalteçam a maternidade e a paternidade.
Problema: Os casais heterossexuais abandonam crianças.
Solução conformista: Permitir a adopção contrária à biologia humana e à lei natural.
Solução construtiva: Criar condições na sociedade que favoreçam e enalteçam a maternidade e a paternidade.
Mas a Esquerda não quer saber de falácias, como não quer saber de argumentos, da família ou da sociedade. Tão pouco se interessa pelas crianças, uma vez que diz se preocupar com o "máximo interesse da criança" e defende o seu extermínio no ventre da mãe ao mesmo tempo.
São eles os verdadeiros burgueses e os verdadeiros reaccionários, incapazes de reformas que melhorem, de facto, a sociedade.
O projecto-lei não passou porque a direitinha preguiçosa e farisaica não vê forma de ganhar votos abstendo-se ou votando a favor. Não me parece que voltemos a ter a mesma sorte. Enquanto nos limitarmos à defensiva, este tipo de coisas será inevitável.
O que quer que seja decidido numa casa de corrupção e vício como a Assembleia da República, para o bem ou para o mal, a luta da Família contra a Distopia, em vigor há 3 séculos, não vai acabar. Somos mais de quebrar do que torcer.