à varanda
O ser humano é o ser mais incompleto de todos.
Por ter a capacidade de pensar, não consegue criar esse mesmo pensamento sem o ter que comparar com elementos da Natureza.
O mesmo ser que tem necessidades de comparar os seus feitos aos dos Deuses mitológicos.
O mesmo que precisa de uma profecia de fé para que os seus actos tenham alguma razão (que paradoxo tão bonito: fé para ter razão) de ser.
Precisamos de estar sempre acima do chão, precisamos sempre de preencher a necessidade de passar sobre o chão sem que ele dê conta. Por que saltamos, por que olhamos o céu, por que voamos?
Precisamos de construir em altura para que mais pessoas estejam "em cima" do mesmo solo, do mesmo pedaço de terra, em vez de alargar no horizonte o sonho sem procurar alcançar o Sol.
Era preciso, tinha de ser - dirão alguns.
Mas hoje, será preciso, será que tem de ser assim - perguntará uma consciência desperta para o poesia como algo aparentado a um "inutensílio".
Uma veleidade assim - a adoração e palpabilidade dos elementos da Natureza da nossa vida, pela verve de Manoel de Barros - deve ser agradecido com uma Fiore di Lino