Poema da minha mãe, dedicado ao meu filho Lourenço
Vieste com girassóis de maio
E desde então
guardo-te
no meu cofre de abracos
e no meu colo de beijos
Olho-te
e pergunto-me se o que vês
vai além do infinito
Olho-te
na casa ancestral
pequenina flor azul
que por magia
torna o mundo numa suave aguarela.
Fico a olhar-te... a olhar-te...
o narizinho empertigado
a bochecha de pequeno anjo
o teu corpinho ainda trôpego
a gargalhada que me enleva
o "Oh não..." de quem não desiste
de correr e saltar pelas pedras centenárias
dos avós
É a história que se repete
E eu fico a olhar-te... a olhar-te
dono de mim
É a tua vez, meu pequenino ídolo,
de crescer!
