domingo, 8 de novembro de 2020

O Terrorismo e a Cobardia

 

1. O Terrorismo

Esta semana lembrei-me da história do aristocrata polaco que descrevia aos seus amigos o saque que as tropas soviéticas haviam feito ao seu solar. A biblioteca queimada, obras de arte destruídas, tudo em nome do vandalismo da tropa fandanga. Tudo isso o nobre polaco entendia, pois também tinha sido soldado e esses desmandos não lhe eram estranhos.

Aquilo que o chocou e humilhou até às lágrimas foi o terror infligido pela pura maldade da ocupação soviética: uma estátua da Virgem Maria decapitada e com as mãos decepadas.

A destruição do sagrado pela tropa de choque do laicismo é agora feita nas escolas pelos autómatas a que chamam, para gáudio dos fingimentos, de “professores”, repetida pelos alunos nas ruas das cidades e no saque das Igrejas e na destruição dos lugares sagrados.

Samuel Patty, o professor decapitado em França por um muçulmano salafita, era um desses autómatas. Tinha mostrado na sua sala de aula os tais cartoons desinspirados que um cartoonista dinamarquês fez sobre o profeta Maomé, o profeta do Islão. Assim como para um católico a Virgem Maria é a imagem da pureza e da generosidade, a Mãe Divina de toda uma comunidade religiosa, também o Profeta é o elo de nobreza e virtude que une os pilares do Corão e, por conseguinte, a fibra moral das famílias e das comunidades islâmicas.

O laicismo que cortou os braços à virgem na Polónia foi o mesmo que desonrou o Profeta na Dinamarca. É o laicismo destructivo que pretende demolir tudo o que é sagrado e reduzir os Homens a um ideal e a riqueza do mosaico das Tradições pelo betão ateu. A morte de Samuel Patty é a morte do ideal iluminista, Ideal esse claramente insuficiente para os Povos que mantêm como seu direito inalienável a religião dos seus antepassados.

Esse laicismo radical cumpre-se na Revolução Universal, na imposição dos seus valores a todos os povos da Terra.

A sua morte é também a morte do multiculturalismo, a utopia que propõe criar, sobre os ombros de diferentes culturas, uma “super-cultura” cujos ideias sejam seguidos por todos. Uma “super-cultura” que mais não é do que a Boa Nova do Laicismo, propagada a todos os povos, uma espécie de Culto Imperial dos tempos modernos. Como dantes Roma permitia a liberdade de culto, desde que as religiões locais se vergassem ao culto dos imperadores romanos, também o laicismo permite a “liberdade religiosa”, desde que os valores laicos se lhe sobreponham.

Ironicamente, o terrorismo islâmico é um subproduto dessa cultura nascida a Ocidente. O Islão foi importado para a Europa em grandes quantidades com o fim de afogar o cristianismo, sob o disfarce de um diálogo interreligioso que pretendia confundir as diferenças entre cada religião e a sua fusão numa teologia de ecumenismo oco, numa religiosidade subserviente aos valores desse mesmo laicismo. Agora insurge-se o islamismo salafista na reacção mais radical aos “valores ocidentais” e escolhe como alvo não só o cristianismo mas também, irónicamente, o laicismo que ainda o protege.

2. A Cobardia

Que tipo de homem é que avança para matar outro, com uma faca na mão, quando este se encontra desarmado? Que honra se terá feito ao Profeta com a morte um pobre professor assustado? Que honra terá o Profeta ou o seu Deus recebido com a decapitação de uma senhora idosa numa Igreja em França? E do esfaqueamento de outras pessoas? E de tantas outras violências contra pessoas indefesas?

Só nos prova que o Islão destes “radicais” é um Islão de cobardes. Que um homem tenha a morte no olhar, compreendo. Agora que levante a mãe em fúria para quem não se sabe ou pode proteger? Isto é pior que terrorismo, é cobardia.

Que homem pode destruir um crucifixo, ou decapitar uma estátua da Virgem, ou desgraçar para sempre uma imagem com a Senhora segurando o Menino nos braços, a forma mais pura da ternura familiar? Que homem queima uma Igreja, onde se baptizam crianças, onde mães e pais acompanham os seus bebés e apresentam-nos perante Deus e os seus? Onde as famílias nascem no casamento e onde nos despedimos dos que partem nos funerais? Isto é pior que terrorismo, é cobardia.

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"(...) as leis não têm força contra os hábitos da nação; (...) só dos anos pode esperar-se o verdadeiro remédio, não se perdendo um instante em vigiar pela educação pública; porque, para mudar os costumes e os hábitos de uma nação, é necessário formar em certo modo uma nova geração, e inspirar-lhe novos princípios." - José Acúrsio das Neves