1. O Terrorismo
Esta semana lembrei-me da história
do aristocrata polaco que descrevia aos seus amigos o saque que as tropas
soviéticas haviam feito ao seu solar. A biblioteca queimada, obras de arte
destruídas, tudo em nome do vandalismo da tropa fandanga. Tudo isso o nobre
polaco entendia, pois também tinha sido soldado e esses desmandos não lhe eram
estranhos.
Aquilo que o chocou e
humilhou até às lágrimas foi o terror infligido pela pura maldade da ocupação
soviética: uma estátua da Virgem Maria decapitada e com as mãos decepadas.
A destruição do sagrado
pela tropa de choque do laicismo é agora feita nas escolas pelos autómatas a
que chamam, para gáudio dos fingimentos, de “professores”, repetida pelos alunos
nas ruas das cidades e no saque das Igrejas e na destruição dos lugares
sagrados.
Samuel Patty, o professor
decapitado em França por um muçulmano salafita, era um desses autómatas. Tinha
mostrado na sua sala de aula os tais cartoons desinspirados que um cartoonista
dinamarquês fez sobre o profeta Maomé, o profeta do Islão. Assim como para um
católico a Virgem Maria é a imagem da pureza e da generosidade, a Mãe Divina de
toda uma comunidade religiosa, também o Profeta é o elo de nobreza e virtude
que une os pilares do Corão e, por conseguinte, a fibra moral das famílias e
das comunidades islâmicas.
O laicismo que cortou os
braços à virgem na Polónia foi o mesmo que desonrou o Profeta na Dinamarca. É o
laicismo destructivo que pretende demolir tudo o que é sagrado e reduzir os
Homens a um ideal e a riqueza do mosaico das Tradições pelo betão ateu. A morte
de Samuel Patty é a morte do ideal iluminista, Ideal esse claramente
insuficiente para os Povos que mantêm como seu direito inalienável a religião
dos seus antepassados.
Esse laicismo radical
cumpre-se na Revolução Universal, na imposição dos seus valores a todos os
povos da Terra.
A sua morte é também a
morte do multiculturalismo, a utopia que propõe criar, sobre os ombros de
diferentes culturas, uma “super-cultura” cujos ideias sejam seguidos por todos.
Uma “super-cultura” que mais não é do que a Boa Nova do Laicismo, propagada a
todos os povos, uma espécie de Culto Imperial dos tempos modernos. Como dantes
Roma permitia a liberdade de culto, desde que as religiões locais se vergassem
ao culto dos imperadores romanos, também o laicismo permite a “liberdade
religiosa”, desde que os valores laicos se lhe sobreponham.
Ironicamente, o terrorismo
islâmico é um subproduto dessa cultura nascida a Ocidente. O Islão foi
importado para a Europa em grandes quantidades com o fim de afogar o
cristianismo, sob o disfarce de um diálogo interreligioso que pretendia
confundir as diferenças entre cada religião e a sua fusão numa teologia de
ecumenismo oco, numa religiosidade subserviente aos valores desse mesmo
laicismo. Agora insurge-se o islamismo salafista na reacção mais radical aos
“valores ocidentais” e escolhe como alvo não só o cristianismo mas também,
irónicamente, o laicismo que ainda o protege.
2. A Cobardia
Que tipo de homem é que avança
para matar outro, com uma faca na mão, quando este se encontra desarmado? Que
honra se terá feito ao Profeta com a morte um pobre professor assustado? Que
honra terá o Profeta ou o seu Deus recebido com a decapitação de uma senhora
idosa numa Igreja em França? E do esfaqueamento de outras pessoas? E de tantas
outras violências contra pessoas indefesas?
Só nos prova que o Islão
destes “radicais” é um Islão de cobardes. Que um homem tenha a morte no olhar,
compreendo. Agora que levante a mãe em fúria para quem não se sabe ou pode
proteger? Isto é pior que terrorismo, é cobardia.
Que homem pode destruir um
crucifixo, ou decapitar uma estátua da Virgem, ou desgraçar para sempre uma
imagem com a Senhora segurando o Menino nos braços, a forma mais pura da ternura
familiar? Que homem queima uma Igreja, onde se baptizam crianças, onde mães e
pais acompanham os seus bebés e apresentam-nos perante Deus e os seus? Onde as
famílias nascem no casamento e onde nos despedimos dos que partem nos funerais?
Isto é pior que terrorismo, é cobardia.