domingo, 3 de junho de 2018

Não sei que incerta voz

«Sobre o Crescente e a Cruz
Atrás do Arado
a Raça canta sempre e ainda espera.
Cheia de fé, semeia. E o grão sagrado
muda-lhe a esperança em pão abençoado
por cada Primavera.

Sobe da estepe, quando a relha a corta,
não sei que incerta voz, que enlevo esparso.
É cinza heróica, são ossadas nuas.
Toda a grandeza morta,
rimando a intrepidez do velho sangue
com o furor fecundo das charruas.»

("Antologia Poética". Lisboa: Guimarães Editora, 1960, pág. 76)

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"(...) as leis não têm força contra os hábitos da nação; (...) só dos anos pode esperar-se o verdadeiro remédio, não se perdendo um instante em vigiar pela educação pública; porque, para mudar os costumes e os hábitos de uma nação, é necessário formar em certo modo uma nova geração, e inspirar-lhe novos princípios." - José Acúrsio das Neves