Ensinar que o Nacionalismo é a guerra em potência senão em acto, baseia-se, igualmente, no desconhecimento e na incompreensão. Já Sardinha exclamava ser impossível reconstruir «o tipo histórico duma nacionalidade desligando-o por completo do ambiente em que houvesse de respirar e de se prolongar».
Quer dizer: a existência duma Pátria não se pode conceber sem a existência doutras, que são de facto o estrangeiro, mas em relação a nós, desempenhando uma função na própria consciência do nosso país.
Por isso o nacionalismo cuja ideia-força fosse a destruição dos outros povos seria antes um imperialismo internacionalista.
Repelindo o Individualismo na sua tradução interna, isto é, como Demo-Liberalismo, repelindo-o nas suas modalidades externas como cosmopolitismo que pretende abater as fronteiras para «libertar o homem», opondo-se ao mito duma Humanidade inexistente em relação a qual se pretenda organizar geometricamente o Mundo, afirmando o respeito pelas outras pátrias, afirmando a dignidade das totalidades humanas reais, afirmando a superação do indivíduo pela pessoa, o Nacionalismo surge como expressão verdadeira actual e concreta do Universalismo."
António José de Brito
in Mensagem, Nacionalismo e Universalismo, nº4, 3 de Abril de 1947. Texto integral em Dissidente.info.