segunda-feira, 19 de abril de 2010

tolerância de ponto e laicidade militante

no PP
Numa entrevista ao jornal "i", António Barreto afirmava que os deputados são servos e que, para além disso, apreciam sê-lo. Isto, que poderia parecer à primeira vista ofensivo, está certo. Servos para representar um povo de servos. Um exemplo. O governo socialista resolveu conceder tolerância de ponto geral no dia 13 de Maio, um dos dias da visita do Papa a Portugal. Algumas câmaras também. Imediatamente levantou-se um coro de indignação farisaica. Uns por causa da laicidade - que é uma espécie de putidade intelectual que serve para tudo e para nada -, outros por causa do alegado estado comatoso da pátria que não pode passar sem um dia de trabalho. Neste derradeiro amontoado "cívico" apareceram, de mãos dadas, as entidades patronais e os srs. Carvalho da Silva e João Proença. Curiosamente alguns dos sindicatos que esta dupla de múmias paralíticas tão zelosamente representa, tencionam decretar uma greve (pelo menos dita "geral" no sector dos transportes) no dia 27 de Abril. Então e a pátria? E os trabalhadores que têm de ir trabalhar? Os sindicatos, nesse dia, já "dão" tolerância de ponto? Enfim. O episódio da dita apenas revela duas coisas. Intolerância e servidão.

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"(...) as leis não têm força contra os hábitos da nação; (...) só dos anos pode esperar-se o verdadeiro remédio, não se perdendo um instante em vigiar pela educação pública; porque, para mudar os costumes e os hábitos de uma nação, é necessário formar em certo modo uma nova geração, e inspirar-lhe novos princípios." - José Acúrsio das Neves