segunda-feira, 8 de março de 2010

a criação monstruosa

Também é perguntado se devemos acreditar que algumas raças monstruosas de homens, descritas na história secular, descendem dos filhos de Noé, ou antes, devo dizer, daquele homem de quem eles próprios descendem (Adão). Porque é descrito que uns têm um olho no meio da testa; outros, os pés virados para trás dos tornozelos; alguns, um sexo duplo, o seio direito como um homem, o esquerdo como uma mulher e que alternadamente inseminam e dão à luz; outros só têm um cúbito de altura, e por isso os Gregos chamam-lhes "Pigmeus"; dizem que em alguns lugares as mulheres concebem quando têm cinco anos e não vivem mais do que oito. Assim, também, falam-nos de uma raça com dois pés mas apenas uma perna, e são de maravilhosa velocidade, embora não dobrem os joelhos: são chamados os Cequiopodes, porque no tempo quente deitam-se no chãoe fazem sobre si próprios sombra com os seus pés. De outros, diz-se que não têm cabeça, e os olhos nos ombros (...)

Que direi dos Cinocéfalos, cuja cabeça de cão e forma de ladrar proclama como bestas em vez de homens? Mas não somos obrigados a acreditar em tudo o que ouvimos sobre estas monstruosidades. Mas quem quer que seja que em qualquer lugar nasce homem, isto é, um animal racional mortal, independentemente da aparência pouco usual que possa apresentar em cor, movimento, som, e de que peculiar seja alguma parte, poder, ou qualidade da sua natureza, nenhum cristão pode duvidar que vem desse único protoplasto.

Santo Agostinho, A Cidade de Deus, como foi citado no livro "Assim na Terra como no Céu", de Clara Pinto Correia e José Pedro Sousa Dias

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"(...) as leis não têm força contra os hábitos da nação; (...) só dos anos pode esperar-se o verdadeiro remédio, não se perdendo um instante em vigiar pela educação pública; porque, para mudar os costumes e os hábitos de uma nação, é necessário formar em certo modo uma nova geração, e inspirar-lhe novos princípios." - José Acúrsio das Neves